Embolia gasosa é uma situação que pode ocorrer em diferentes procedimentos cirúrgicos e é caracterizada pela entrada de bolhas de ar no interior dos vasos sanguíneos.
Essa entrada de ar obstrui a circulação, o que pode fazer com que algumas regiões do corpo não sejam irrigadas, provocando uma deficiência de oxigenação.
Essa falta de irrigação é potencialmente perigosa, principalmente quando atinge regiões como o cérebro e o miocárdio, que são muito sensíveis às baixas taxas de oxigênio.
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O que é embolia gasosa?
A chamada embolia gasosa, também conhecida como embolia por gás, é a obstrução dos vasos sanguíneos em decorrência da presença de bolhas de ar em artérias e veias.
Essa condição, apesar de rara, gera mortes em, aproximadamente, 30% dos casos e está associada normalmente a procedimentos médicos, tais como craniotomia, angiografia, ventilação mecânica, cesariana e procedimentos com circulação extracorpórea.
Além disso, pode ocorrer embolia gasosa em acidentes de mergulho, em que pode acontecer a expansão do ar retido nos pulmões do mergulhador no momento da subida.
Essa expansão ocorre em razão da diminuição da pressão à medida que ocorre a subida para a superfície. Com isso, o ar passa para a corrente sanguínea e provoca bolhas, que acabam impedindo o fluxo normal do sangue.
Consequências da embolia gasosa
A embolia gasosa é um evento grave que pode, até mesmo, levar à morte. A gravidade, no entanto, dependerá do volume e da taxa de infusão de gás e das estruturas que forem atingidas.
A embolia gasosa pode ocasionar a obstrução do fluxo sanguíneo para diversas partes do corpo, sendo potencialmente fatal quando ocorre no coração e no cérebro, que são regiões muito sensíveis a condições de baixa concentração de oxigênio.
Quando a embolia gasosa obstrui o tronco pulmonar, desencadeia uma sobrecarga aguda do ventrículo direito, o que provoca a insuficiência cardíaca aguda, sendo um problema grave para aqueles que possuem problemas cardiovasculares prévios. Quando atinge o pulmão, pode provocar inflamação pulmonar, a qual leva ao edema pulmonar e prejuízo na função do órgão.
Em alguns casos, a embolia gasosa afeta apenas um órgão, porém, em outras situações, o gás segue para várias partes do corpo.
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Sintomas e tratamentos
Os sintomas mais comuns de embolia gasosa são: falta de ar súbita, dor no peito, tontura, náusea, confusão e perda de consciência.
Ao surgirem os sintomas, deve-se iniciar imediatamente o tratamento, em que se faz necessário o suporte respiratório e circulatório.
No caso da embolia gasosa venosa, geralmente, coloca-se o paciente em uma posição conhecida como posição de Trendelenburg ou em decúbito lateral esquerdo.
Além disso, é administrado oxigênio a 100% ou adotada a oxigenoterapia hiperbárica, em que o paciente é colocado em um ambiente com oxigênio puro e com pressão superior à atmosférica.
Essa técnica diminui o tamanho do êmbolo e previne o edema cerebral. No caso da embolia gasosa arterial, algumas das técnicas adotadas são a terapia com oxigênio hiperbárico; a terapia de infusão, que atua reduzindo a viscosidade sanguínea; e a hemoconcentração, além do uso de anticoagulantes e barbitúricos. Estes últimos reduzem o consumo de oxigênio cerebral e a pressão intracraniana.
Diferença entre embolia gasosa e embolia pulmonar
A embolia pulmonar é uma situação que ocorre como consequência da formação de um trombo de sangue, o qual se desloca até a artéria pulmonar ou um de seus ramos, provocando sua obstrução. Os trombos, geralmente, surgem no sistema venoso profundo dos membros inferiores.
A embolia pulmonar diferencia-se da gasosa, pois, esta última não apresenta o envolvimento de trombos de sangue, sendo a obstrução do fluxo sanguíneo ocasionada pela presença de gás nos vasos sanguíneos.
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Artigo compartilhado de Vanessa Sardinha dos Santos, professora de Biologia, para o Brasil Escola.