A ansiedade está cada dia mais presente na vida das pessoas, fazendo com que sofram por coisas que não aconteceram e provavelmente não irão acontecer. Por isso, um dos caminhos é buscar viver o agora, colocando mente e coração no lugar certo.
De acordo com o Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), a ansiedade é uma “qualidade de emoção vinculada ao medo e a expectativa (o sujeito pode ou não perceber a apreensão), associada por definição à um estado emocional negativo ou aversivo (ou seja, descrita como desagradável) e quase sempre acompanhada de sintomas físicos inespecíficos”.
Entre os sintomas mais genéricos estão a agitação, palpitação, suor intenso e frio, tremor, aceleração da respiração, falta de ar e muitos outros. Ela pode estar presente no dia a dia, seja de forma normal (todo mundo sente ansiedade em algum momento) ou patológica. Ela é considerada dessa forma a depender da intensidade e da causa.
Quando patológica, ela pode se manifestar em forma de transtorno de ansiedade generalizada, obsessivo compulsivo (TOC), estresse pós-traumático, pânico e fobias específicas. A pessoa com essa condição tem pensamentos automáticos negativos, que alimentam o medo e a ansiedade em si. Para contornar essa situação, deve aprender a lidar com o quadro.
Da mesma forma, os familiares precisam entender o que está acontecendo e como lidar com isso. Veja o que a psiquiatra Maria Fernanda Caliani passa como orientação para os familiares.
Viver o agora é a solução?
Para quem não sofre com um quadro patológico, essa é uma solução interessante. Por exemplo, você vai viajar para apresentar um seminário e está sofrendo de ansiedade. Perguntas como “será que o público será receptivo?” e “está tudo na mala mesmo?” são absolutamente normais de acontecer.
Porém, se você focar em viver o agora, vai reduzir consideravelmente essa sensação. Substitua por atos como revisar sua apresentação e conferir se está na nuvem e pen drive, ou um simples check list na hora de arrumar a mala, conferindo se está tudo ok. Ou seja: foco no agora, aproveitando o momento para ficar com a família enquanto ainda não viajou.
Já para quem sofre com ansiedade patológica pode não ser tão simples assim. Dizer para alguém nesse estado para viver o momento pode até aumentar a ansiedade. Frases como: era para eu estar vivendo o momento, porque estou pensando tanto em tal fato? Eu não vou conseguir viver o momento. Tenho que viver o agora, mas e se não conseguir?
A mente funciona de forma diferente, portanto, o tratamento deve ser mais direcionado. É fundamental que se procure um psicólogo para avaliar a situação e encontrar saídas para o caso particular. Se necessário, ele irá encaminhar a pessoa a um psiquiatra, mais especializado na química cerebral e apto a prescrever alguma medicação temporária.
Acalme-se
Para os momentos de crise, existe uma técnica ensinada pela Terapia Cognitiva Comportamental (TCC) chamada de “Acalme-se”. Na realidade, é uma técnica mnemônica, em que cada letra corresponde a um comportamento que você deve ter. Veja o que representa cada letra e como agir na necessidade:
- A: aceite a ansiedade, pois negar não vai fazer com que passe;
- C: contemple, tire o foco do que está sentindo e coloque no que está acontecendo em volta;
- A: aja como se estivesse tranquilo, reduzindo o ritmo e fazendo o que faria fora da crise;
- L: libere a expiração de forma lenta e consciente e faça o mesmo com a inspiração;
- M: mantenha essa série até começar a se sentir melhor;
- E: examine o que está passando agora em sua mente e analise o que é fato ou não;
- S: sorria, pois você já está muito melhor do que antes e a um passo de se recuperar;
- E: espere o futuro com aceitação, deixando para trás que a ideia de que ansiedade não existe. Agora, você sabe como lidar com ela e vai ficar cada vez melhor nisso.
Veja mais detalhes com a médica Maria Fernanda Caliani, em vídeo: