A falta de suporte em todas as áreas — inclusive a saúde, que é obrigação da esfera pública — chega a partir o coração. Essa família passou por momentos difíceis com sua filha doente, mas dessa vez foi demais. Sem atendimento médico na sua localidade, ela precisava levar a menina com problemas renais ao hospital, mas não tinha nenhuma ambulância disponível. A solução foi colocar a pequena em um carro de mão e empurrar até a UPA mais próxima. Muito injusto.
Pai leva menina para UPA no carrinho de mão
O caso aconteceu na zona rural de Januária, em Minas Gerais, a 596 km da capital Belo Horizonte. A filha tem síndrome nefrótica, um problema nos rins que exige um tratamento mais próximo, gerando diversas complicações. Além disso, a pequena Maria não consegue nem mesmo caminhar até a UPA, pois suas pernas ficam muito inchadas durante as crises.
E foi por isso que Gilvânia Carmo de Souza teve que pedir um carro da saúde, porém só tinha um para atender a localidade. Ele estava em uso e ainda tinha uma gestante na fila, para ser levada para o hospital. Sem suporte e sem carro ou ambulância para levar, ela e o pai tiveram que improvisar o transporte com um carro de mão.
Como fizeram
Para deixar a incômoda situação mais tranquila para Maria, eles forraram o carro de mão com 2 edredons e travesseiros. Além disso, cobriram seu rosto com um pano, pois o sol estava muito forte. Ela pesa atualmente 36 quilos, sendo impossível que seus pais consigam carregar nos braços até o local de atendimento.
Com a estrada toda esburacada, empurrar o carrinho de mão também não é tarefa simples. Tanto que foi a mãe quem empurrou na ida e o pai na volta. Indignada, ela desabafou: “eu me senti desprezada e humilhada. Filmei porque dói”. Uma situação revoltante, que não deveria ser vivida por nenhuma família.
