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Vício em games é reconhecido como doença pela OMS

Essa doença da vida moderna faz pessoas abandonarem emprego, estudos e vida social

Crédito: Freepik

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O vício em games existe desde que surgiram os videogames, nos anos 70. Claro, era bem diferente do vício atual, que é mais severo devido a tudo o que mudou na forma de viver de lá para cá. Mas a mudança foi tamanha que, agora, a Organização Mundial de Saúde – OMS reconheceu o vício em games como uma doença.

A OMS já havia feito isso, recentemente, com a Síndrome de Burnout. Ambas as síndromes têm em comum serem “doenças modernas”, diretamente relacionadas ao estilo de vida moderno, digital e sufocante.

Agora, essas síndromes fazem parte da versão atualizada da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde, chamada CID-11.

Nela, o problema do vício em games é definido como “um padrão de comportamento caracterizado pela perda de controle sobre o tempo de jogo, sobre a prioridade dada aos jogos em relação a outras atividades importantes e a decisão de continuar de frente à tela apesar de consequências negativas”.

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Casos graves

Quando se fala em vício, quer dizer dependência. Assim como acontece em outros vícios, as pessoas viciadas em games podem ignorar completamente a vida que acontece além da tela do jogo.

Em entrevista para O Globo Saúde, o psicólogo Cristiano Nabuco, coordenador do Grupo de Dependências Tecnológicas do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP), disse que “esse é um problema que já vem ocorrendo há muito tempo, mas que piorou. Hoje, a quantidade de jovens que passam horas e até dias na frente do videogame aumentou muito”.

E ele não está exagerando quando fala em dias na frente do videogame. Nabuco contou sobre o caso de um paciente que chegava a ficar 55 horas seguidas conectado. Não levantava nem para ir ao banheiro, fazendo as necessidades nas calças. Outras pessoas param de tomar banho, se afastam dos amigos, perdem o emprego ou o total interesse pelo estudo.

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Hábitos do dia a dia dizem muito sobre nossa personalidade

Limitar o tempo de jogo para crianças e adolescentes é fundamental

Para os pais que veem seus filhos passarem tempo demais na frente dos games, é importante intervir imediatamente, antes que eles se tornem adultos viciados e cheios de problemas relacionados ao vício.

Assim como existe a recomendação do tempo das crianças em frente às telas, essa mesma recomendação vale para os games, seja no console do videogame, no computador, tablet ou celular.

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A Organização Mundial de Saúde lançou um manual com recomendações sobre o tempo máximo em que crianças podem ficar em frente às telas de dispositivos eletrônicos.

Complementando essa informação, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) também divulgou suas orientações sobre limites do uso de celular para crianças e adolescentes, junto com outros cuidados que os pais e responsáveis devem ter:

  • Evitar a exposição de crianças menores de dois anos às telas, mesmo que passivamente;
  • Limitar o tempo de telas ao máximo de uma hora por dia, sempre com supervisão para crianças com idades entre dois e cinco anos;
  • Limitar o tempo de telas ao máximo de uma ou duas horas por dia, sempre com supervisão para crianças com idades entre seis e dez anos;
  • Limitar o tempo de telas e jogos de videogames a duas ou três horas por dia, sempre com supervisão; nunca “virar a noite” jogando, para adolescentes com idades entre 11 e 18 anos;
  • Para todas as idades: nada de telas durante as refeições e desconectar uma a duas horas antes de dormir;
  • Oferecer como alternativas: atividades esportivas, exercícios ao ar livre ou em contato direto com a natureza, sempre com supervisão responsável;
  • Criar regras saudáveis para o uso de equipamentos e aplicativos digitais, além das regras de segurança, senhas e filtros apropriados para toda família, incluindo momentos de desconexão e mais convivência familiar;
  • Encontros com desconhecidos on-line ou off-line devem ser evitados; saber com quem e onde seu filho está, e o que está jogando ou sobre conteúdos de risco transmitidos (mensagens, vídeos ou webcam), é responsabilidade legal dos pais/cuidadores;
  • Conteúdos ou vídeos com teor de violência, abusos, exploração sexual, nudez, pornografia ou produções inadequadas e danosas ao desenvolvimento cerebral e mental de crianças e adolescentes, postados por cyber criminosos, devem ser denunciados e retirados pelas empresas de entretenimento ou publicidade responsáveis.

Tratamento para o vício em games

Quando o vício já está instalado, as recomendações listadas acima servem como complemento.

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Mas, primeiro, seja criança ou adulto, o paciente precisa ir ao médico psiquiatra ou ao psicólogo para que reconheça seu problema e a importância de voltar à vida normal.

O tratamento para o transtorno de jogos eletrônicos é similar ao de outros vícios: psicoterapia e, em alguns casos, medicamentos.

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Artigo com informações de O Globo Saúde

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