Varíola
Crédito: Freepik

Varíola dos macacos: Mistérios ainda não decifrados sobre o surto

Os casos registrados dessa doença no mundo intrigam os cientistas por várias questões. Veja algumas das principais.

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A varíola dos macacos é uma infecção viral rara, semelhante à varíola humana – erradicada em 1980. A transmissão normalmente acontece do animal para a pessoa, em florestas da África Central e Ocidental, onde o vírus é endêmico.

Antes desse surto atual, a doença era normalmente identificada em pacientes que viajaram ao continente africano. Só que, agora, os novos casos têm sido relatados em pessoas que não visitaram essas regiões.

Então, essa questão ainda é um dos mistérios que os cientistas estão estudando para desvendar a doença e contê-la antes que se alastre mais ainda. Veja quais são as outras questões.

Veja também: 13 Doenças causadas por vírus: transmissão, sintomas e tratamentos

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A varíola dos macacos atual é uma possível mutação do vírus?

Como já mencionado, uma das grandes dúvidas dos cientistas agora é por que a varíola dos macacos está afetando pessoas que não foram para a região endêmica e se contaminaram por outras pessoas – duas coisas incomuns.

Alguns especialistas sugerem que pode ter ocorrido uma mutação no vírus, afetando o seu comportamento. Pesquisadores de Portugal, onde já são mais de 30 casos detectados da varíola dos macacos, sequenciaram genomas de 9 casos da doença.

Os resultados, divulgados no dia 23 de maio, indicaram trocas de 50 bases nitrogenadas no código genético dos vírus, em comparação a amostras de 2018 e 2019 – o que demonstra uma mudança importante considerando as características desse tipo de vírus (Orthopoxviruses).

A disseminação do vírus se tornou mais rápida?

Outro mistério a ser desvendado sobre o surto atual de varíola dos macacos é o número inesperado de casos e a dispersão rápida do vírus por diferentes países e continentes – o que não é esperado do comportamento dessa doença.

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Como ainda não há tantos casos registrados da doença, ainda não é possível mensurar a sua velocidade de transmissão, que é medida pelo índice Ro.

O Ro indica quantas pessoas devem ser infectadas por cada paciente contaminado. Se está acima de 1, mostra que a doença está em crescimento naquela população.

Qual o tempo que a contaminação dura no corpo?

Ainda não estão definidas as informações sobre o tempo que o vírus mantém o corpo infectado.

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Estimativas sugerem que a infecção pode durar de 2 até 6 semanas, contando com o tempo de incubação do vírus (período entre infecção e surgimento de sintomas).

Mas, não se sabe a partir de quando uma pessoa pode infectar outras.

A transmissão da varíola dos macacos pelo ar se tornou possível?

A varíola dos macacos tem mais um mistério, que é sobre a possibilidade de contaminação pelo ar. Isso porque, o que se sabia, era que o vírus poderia ser transmitido por gotículas, mas era necessário um contato muito próximo, cara a cara, com uma carga viral muito alta e por bastante tempo.

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Só que, agora, com esse aumento repentino de casos em tantos países diferentes, parece haver uma maior facilidade de contaminação. O esperado era de que somente pessoas que tivessem contato físico bem próximo e prolongado poderiam transmitir o vírus uma para a outra.

A transmissão sexual é a principal?

Seguindo a lógica do pensamento do tópico acima, se o esperado é que somente pessoas que tiverem contato físico bem próximo e prolongado possam transmitir o vírus uma para a outra, o contato sexual seria uma das principais formas de contágio.

Na Espanha, a maioria dos casos foram ligados a um estabelecimento destinado a relações sexuais. Em outros países, relatos indicam que a maioria dos diagnósticos está ocorrendo em homens gays, bissexuais e homens que fazem sexo com outros homens.

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Apesar de as informações indicarem uma transmissão via sexo, não se sabe ainda se o vírus está presente em locais do corpo como fluidos genitais e no sêmen.

A vacina para varíola tradicional ainda vale?

Outra dúvida que precisa ser desvendada logo é se quem recebeu a vacina da varíola tradicional há mais de 40 anos, que é eficaz para essa versão, ainda estaria protegido.

É uma questão pertinente, pois a ciência não sabe por quanto tempo essa imunidade dura, e a vacina deixou de ser aplicada após a erradicação da doença, em 1980.

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Veja também: Mitos e verdades da vacina: saiba por que vacinar

Fonte: O Globo

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