De acordo com a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia de Goiás (Febrasgo), a flacidez e atrofia vulvo-vaginal, também conhecida com vagina flácida, “é uma condição progressiva e crônica que se manifesta como involução das mucosas vulvo-vaginais e tecidos” do local.
Seus principais sintomas são bem discretos, quando a mulher começa a perceber que sua parte íntima fica mais flácida. Depois são os grandes lábios que começam a ficar com mais pele e perdendo a tenacidade. Também se pode observar a formação de um pequeno acúmulo de pele na região genital.
Há também a flacidez interna, em que a musculatura do canal vaginal, além de toda a pelve, já não está tão firme. Isso leva a alguns problemas no dia a dia como o escape do xixi durante um espirro ou ao fazer força. Também a relação sexual pode ser prejudicada, reduzindo o contato com o pênis, o que acumula ar, que tende a sair com sons desagradáveis.
Por que acontece?
Se você acha que somente as mulheres na menopausa correm o risco de desenvolver o problema precisa repensar. A vagina flácida tem diversas causas, relacionadas ou não com hormônios ou idade. Por exemplo, como causas do problema estão algumas doenças como a artrite reumatoide, lúpus, miopatias e até alguns tratamentos, como a radioterapia no local.
Menopausa
Mas sim, a menopausa influencia na flacidez vaginal. Isso porque o estrogênio estimula a renovação celular da região, renovando assim as camadas da vagina. Quando seu percentual cai, ela tende a perder a elasticidade, flexibilidade e firmeza. Além disso, perde elastina, colágeno e o fluxo sanguíneo no local diminuem.
Parto normal
O parto também pode ajudar no processo, se a recuperação não for bem feita depois. Mas vai depender diversos fatores como o tamanho do bebê e demora durante a passagem. Isso porque há chances de um maior rompimento das fibras musculares e tecidos do local, que podem ser recuperados depois, com o tratamento correto.
Assoalho pélvico sem tônus
Outra causa comum para a vagina flácida é o fato de que, com o tempo, o assoalho pélvico vai perdendo o tônus. Isso faz com que não somente as relações sexuais fiquem menos interessantes, como também pode causar queda da bexiga, incontinência urinária e outros problemas correlatos.
Tem tratamento?
É fundamental, não somente para a autoestima da mulher, mas também para sua saúde, que se faça o tratamento adequado. Para isso, a primeira coisa a fazer é procurar orientação do seu ginecologista de confiança, conversando abertamente sobre o problema (mais comum do que você imagina). Veja quais serão as opções disponíveis.
Tratamento a laser
Indicado pela Febrasgo, o tratamento a laser é uma das opções, sendo indicado para os casos mais graves, que requerem uma solução mais intensa. Entre eles estão os lasers de CO² e Erbium. Eles são úteis pois “aumentam a espessura do epitélio, estimulam a produção de fibras colágenas, elásticas e outros componentes da matriz extracelular e melhoram a irrigação vascular da vagina”.
Cirurgia
Há a possibilidade de fazer uma cirurgia de reparação, também conhecida como perineoplastia, mas somente em casos mais graves, com risco de queda da bexiga. Existem outras com finalidade somente estética, que visam reduzir o tamanho dos grandes lábios, com ótimos resultados. Mas sozinhos, eles não evitam que aconteça novamente.
Fisioterapia do assoalho pélvico
Ela deve ser feita com orientação médica, seja ginecologista ou fisioterapeuta, a fim de se adaptar às particularidades de cada mulher. Consiste em contrações e relaxamentos programados e simples, que irão fortalecer o assoalho pélvico. Isso evita e ajuda a corrigir a flacidez, mas leva mais tempo para dar resultado. Veja o que é esse músculo:
https://www.instagram.com/p/BjCma8xhlMz/?taken-by=assoalhopelvico
Devo me preocupar?
Sim, como já foi visto, a vagina flácida está relacionada a diversos problemas que ela pode causar, sendo importante o tratamento. Não por uma questão estética, pois os corpos masculino e feminino envelhecem, isso é um fato a ser aceito. Mas por uma questão de saúde, pois pode provocar incontinência, queda de bexiga e outros problemas.
Além disso, também atrapalham a saúde sexual feminina, dificultando o ato em si e também o prazer. Tende a reduzir a libido e pode se tornar incômoda o suficiente para a mulher evitar conscientemente o sexo. Dessa forma, o ideal é conversar com o ginecologista e procurar o melhor tratamento para o seu caso.
