A guerra entre Rússia e Ucrânia está afetando o mundo todo. Mas, ninguém sabe o verdadeiro impacto deste conflito mais do que os moradores destes países. As pessoas estão tomando atitudes drásticas, sobretudo para protegerem suas crianças.
Alguns pais tiveram que enviar seus filhos, sozinhos, para além da fronteira, apenas carregando uma mochila com passaporte, um lanche e mudas de roupas.
Outros, como Aleksandra Makoviy, moradora de Kiev, foram tomados pelo medo dos sons ensurdecedores e poderosos de explosões. Sem saber o que poderia acontecer nos próximos dias, ela resolveu anotar à caneta alguns dados pessoais nas costas de sua filha pequena.
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Uma mãe desesperada na Ucrânia
No dia 1º de abril, Aleksandra fez um post no Instagram, onde colocou a foto das costas de sua filha com as anotações que ela fez.
Foi uma forma de avisar as pessoas, mas que também acabou expressando o medo e a incerteza de quem ainda está na Ucrânia em meio ao conflito.
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“Assinei com as mãos tremendo muito. Pensava no caso de algo acontecer conosco e alguém buscar por sobreviventes. Ou ainda que ela poderia se perder, o que, na minha lógica, só aconteceria se eu também fosse vítima de algo”.
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Apesar da atitude preventiva da mãe, elas conseguiram fugir
Além das anotações na pele da menina, Aleksandra escreveu em um papel as informações sobre a filha e o colocou no bolso de um macacão que ela usava. Estavam ali o nome completo, contato dos avós e até o endereço da família na capital.
Foi um ato de prevenção que, de fato, poderia fazer muita diferença em caso de necessidade. Mas, felizmente, mãe e filha conseguiram fugir da guerra na Ucrânia e as informações escritas no corpo da criança não foram necessárias.
“Dói ver a galeria de fotos. Há ali uma vida tão maravilhosa que tivemos. Ainda não consigo tirar do bolso do macacão esse papel embaralhado. Embora estejamos agora num local seguro”, contou a mãe.
Atualmente, Aleksandra e sua filha estão seguras no sul da França. Em outra publicação, do dia 5 de abril, ela informou que foi acolhida como refugiada após atravessar a fronteira com a Polônia.
“Quero agradecer aos voluntários da França. E também a todas as pessoas que nos ajudaram a fugir e nos apoiaram. E sou especialmente grata à Polônia. O que este país fez pelos ucranianos é inestimável. Sem a ajuda deles, não teríamos sobrevivido”.
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Fonte: O Globo Mundo