De acordo com o Ministério da Saúde, a tireoide é a “glândula que regula a função de órgãos importantes como o coração, o cérebro, o fígado e os rins”. E acredite, você não vai querer ter problemas na tireoide na gravidez. Ela é responsável pela produção de dois hormônios fundamentais, o T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina). Quando em excesso ou falta, pode desencadear diversos problemas para a pessoa, principalmente se for uma gestante.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), é fundamental diagnosticar e tratar as disfunções na glândula em gestantes. Isso porque tem impacto não somente nelas, mas também no feto e no recém-nascido. Para as tentantes, também pode diminuir a taxa de fertilidade. Então, o ideal é tratar antes da gestação, sempre que possível.
A SBEM indica o acompanhamento direto com o obstetra e endocrinologista, a fim de minimizar os riscos. Além disso, recomenda a ingestão de iodo, em forma de suplementação. “nas regiões geográficas consideradas como deficientes leve/moderadas desse elemento (iodo urinário médio da população 50-149 microgramas/L de urina)”.
O objetivo é regularizar a quantidade dos hormônios T3 e T4, evitando assim problemas na tireoide, seja na gravidez, em tentantes ou na população em geral.
Problemas na tireoide na gravidez
Segundo a SBEM, a gravidez influencia no funcionamento da glândula, pois ela aumenta cerca de 10% nesse período. Pessoas que não ingerem a quantidade correta de iodo tendem a apresentar aumento de até 40% na mesma. Dessa forma, há também uma maior produção dos hormônios T3 e T4, podendo a chegar até mais 50% no organismo. Isso pode acarretar uma série de problemas para a mãe e o bebê.
Retardo do desenvolvimento fetal
O corpinho do bebê vai se desenvolvendo aos poucos na barriga da mãe, seguindo um ritmo mais ou menos padronizado. Porém, quando há alterações na tireoide na gravidez há chances do bebê nascer abaixo do peso ou com atraso no desenvolvimento. Por exemplo, os pulmões são os últimos a se desenvolver e pode ser que haja a necessidade do recém-nascido ficar um tempo em observação, até que ele chegue ao ponto de maturação correto.
Complicações obstétricas
Infelizmente, uma grande quantidade dos hormônios produzidos pela tireoide pode aumentar o risco de se sofrer um aborto espontâneo. Além disso pode levar ao nascimento prematuro, fato agravado pelo lento desenvolvimento do corpo do feto.
Infertilidade
Alterações hormonais causadas pela tireoide podem reduzir bastante a capacidade da mulher engravidar, por causa dos anticorpos antitireoideséricos. Por isso é fundamental ir ao obstetra, quando se está pensando em engravidar, a fim de fazer os exames preparatórios e evitar problemas futuros. Além disso, garante uma boa preparação com iodo e ferro, para que o bebê chegue em um corpo mais forte e preparado.
Complicações peri-parto
A fase de peri-parto é aquelas considerada desde o último mês de gestação até o quinto mês de vida do bebê. Durante essa fase, as alterações na tireoide podem provocar uma grande bagunça e causar até problemas graves. Um bom exemplo é a temida miocardiopatia do peri-parto, que consiste em um aumento substancial de chances da mãe ter insuficiência cardíaca nessa fase.
Hipertireoidismo fetal ou neonatal
Assim como a mãe sofre com a doença, também o bebê pode “herdar”, pois compartilharam o mesmo organismo por meses. O “hipertireoidismo fetal ou neonatal acontece devido à passagem transplacentária (da mãe para o feto/neonato) de anticorpos estimuladores da tiroide”. Ou seja, vai para o bebê através da placenta, sendo um complicador no processo.
Por isso é fundamental que as tentantes e gestantes façam um pré-natal consistente, com ao menos uma consulta a cada dois meses. Exames são fundamentais para assegurar a saúde do bebê e da mãe. Da mesma forma, a suplementação alimentar sempre que indicado.
