A depressão é definida pelo Ministério da Saúde como um estado mental, gerado por três fatores: a genética, bioquímica cerebral e os eventos vitais.
Isso significa que, quando o pai ou mãe possui depressão, há 40% de chances que os filhos também desenvolvam. Isso se justifica não somente pelos eventos vivenciados em família, mas também pela bioquímica cerebral.
De acordo com o Ministério, na depressão “há evidências de deficiência de substâncias cerebrais chamadas neurotransmissores. São eles noradrenalina, serotonina e dopamina que estão envolvidos na regulação da atividade motora, do apetite, do sono e do humor”.
Mas, mesmo com essas características, a doença não é igual em todo mundo que a desenvolve. Existem, inclusive, tipos menos comuns de depressão que são difíceis de diagnosticar.
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Depressão bipolar
O transtorno bipolar tipo 2 é a depressão bipolar, em que o paciente apresenta quadros de tristeza e hipomania — estado mais leve de euforia, otimismo e, às vezes, agressividade.
Em entrevista para o Globo Bem Estar, Luiz Dickeman, psiquiatra da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), explica que “geralmente, quando ocorre somente a bipolaridade é mais fácil de reconhecer a doença, já que o paciente apresenta sintomas evidentes. Porém, quando o quadro depressivo aparece em conjunto, pode levar anos até chegar a um diagnóstico preciso”.
E essa demora no diagnóstico, que pode levar de 8 a 15 anos em alguns casos, pode ocorrer, inclusive, por erro do médico, como explica Dickeman: “o erro ocorre pelo próprio médico, que não investiga os sintomas a fundo e acredita que a pessoa sofra somente com a unipolar, que é a mais comum e conhecida. Além disso, o paciente omite se já teve episódios de hipomania em anos, aumentando, muitas vezes, o risco de suicídio”.
Neste tipo de depressão, o tratamento mais indicado não é com antidepressivos, e sim, com estabilizadores de humor.
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Depressão psicótica
Essa é a forma mais grave do transtorno pois, além da tristeza, o paciente apresenta alucinações e delírios. É um tipo raro de depressão, geralmente provocada pelo luto, traumas ou cobranças excessivas sobre si mesmo.
Na depressão psicótica o paciente apresenta sintomas exacerbados e, por isso, pode ser confundida com esquizofrenia. Também existe um risco maior de suicídio no quadro depressivo.
O tratamento para este tipo envolve antipsicóticos, e é muito importante que o tratamento seja mantido, pois o paciente piora muito sem a medicação e as terapias de apoio.
Ele pode permanecer deprimido e, além dos sofrimentos psíquicos, apresenta perda de funcionalidade, dificuldades cognitivas, adoecimento físico e risco de suicídio.
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Fonte: Globo Bem Estar