De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), são mais de 30 milhões de idosos somente no Brasil. Dessa quantidade, 56% são mulheres e 44% de homens. Esses números podem vir a ultrapassar a quantidade de crianças e adolescentes no ano de 2031. Com isso, dá para imaginar que existem muitos tipos de violência contra idosos.
A ONU afirma que, somente no ano de 2017, foram mais de 33 mil casos de violência denunciados, sendo São Paulo o estado que mais prestou queixas no Disque 100, com mais de 21% dos casos. Mas será que isso é sinal de maior violência ou simplesmente maior acesso aos meios de denúncia e informação?
Seja como for, é importante que o idoso conheça seus direitos, bem como o que pode ser considerado violência e não somente um dia ruim ou falta de paciência. Para isso, veja quais são os tipos de violência contra idosos e como denunciar.
O que é a violência contra idosos
Apesar de ser muito pouco denunciada, dada a proximidade com o cuidador ou à falta de conhecimento dos mecanismos para tal, a violência contra o idoso é, infelizmente, bem comum. Ela é sofrida normalmente por pessoas que já foram abusadas em outras épocas da vida.
Está normalmente relacionada a relações abusivas, nas quais as vítimas provavelmente estiveram em situação de pobreza, não possuíam acesso à educação ou saúde durante a vida. “Essa pessoa vai ter um envelhecimento com uma série e fragilidades”, explica a ONU.
A violência ao idoso, de acordo com o Ministério da Saúde, é um conjunto de ações ou ato único de “omissões, prejudicando a integridade física e emocional e impedindo o desempenho de seu papel social”. Isso leva a uma quebra da confiança que a vítima tem na família, nas instituições e na sociedade.
Tipos
Existe mais do que um tipo de violência, podendo ser classificada como física, psicológica, sexual, abandono e negligência.
1. Física
A violência física, apesar de parecer absurda de ser cometida contra uma pessoa já fragilizada, sem forças ou capacidade física e, algumas vezes, até mental, acontece muito mais do que deveria.
Ela é caracterizada por agressões de cunho físico contra o idoso, como tapas, beliscões, empurrões, forçar a comer ou beber, sem que ele queira e afins. É de uma falta de humanidade sem igual e deve ser sempre combatida.
Uma rede de televisão decidiu testar qual seria a reação das pessoas nas ruas, ao ver um senhor idoso sendo maltratado pela sua cuidadora. O resultado foi surpreendente, veja no vídeo abaixo.
2. Psicológica
No vídeo acima, além da violência física, você pode ver também a violência psicológica, através da humilhação – jogando água nele e gritando no meio da rua, chamando por nomes nada adequados, deixando-o no sol mais do que deveria e outras formas mostradas claramente.
A violência psicológica pode não marcar o corpo, mas deixa cicatrizes profundas no coração e na alma, agravando ainda mais uma tendência já grande de depressão, que muitas vezes leva idosos a encerrarem suas vidas mais cedo do que deveriam.
Veja também: depressão em idosos – sintomas e consequências para a vida
3. Sexual
A violência sexual é um dos pontos mais obscuros e difíceis de identificar em idosos, salvo casos mais severos, quando a agressão já passou para a esfera física e não somente aliciamento e abuso verbal.
Ela deve ser combatida através de denúncias para o Disque 100, tornando mais digna a vida das pessoas que já estiveram ativas e hoje apresentam algumas limitações físicas ou mentais, que as impedem de cuidar de si mesmas.
4. Abandono
O abandono e a negligência são coisas diferentes, apesar de parecerem similares em terminologia. Por definição, ainda conforme o Ministério da Saúde, ele é um dos tipos de violência contra idosos, principalmente se ele precisar de proteção e assistência.
Ele caracteriza-se pela “ausência ou deserção dos responsáveis governamentais, institucionais ou familiares de prestarem socorro a uma pessoa idosa”. O que quer dizer que não é somente responsabilidade da família, mas também do Estado, o dever de cuidar e zelar pela sua segurança.
5. Negligência
Já a negligência está relacionada à falta de cuidados básicos relacionados ao idoso, seja pelos seus familiares, cuidadores contratados para dar assistência ou até mesmo instituições voltadas ao cuidado com a terceira idade ou médicas.
Essa é a mais comum no Brasil e, de acordo com o Ministério, está “associada a outros abusos que geram lesões e traumas físicos, emocionais e sociais, em particular, para as que se encontram em situação de múltipla dependência ou incapacidade”.
O que fazer
A primeira coisa a fazer é interferir diretamente caso a violência estiver acontecendo na sua frente e ligar para a polícia, solicitando apoio, pois violência contra o idoso é crime, previsto no Estatuto do Idoso.
Se for algo que você não tem acesso direto, vale sempre ligar para o Disque 100 e denunciar o caso de violência contra idosos. Dessa forma, além de cumprir seu papel de cidadão, vai estar ajudando uma vida a resgatar a paz perdida.