Falar sobre depressão ainda gera muita polêmica pela falta de compreensão sobre essa doença. Para a maioria das pessoas que nunca passou por isso nem viu de perto como é conviver com depressão, fica difícil entender como tratar uma “ferida” que não se vê. Mas além de compreender a doença também é interessante conhecer os tipos de depressão. Sabia que não existe um tipo só? Veja quais são as principais características de cada um.
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Quantos tipos de depressão existem?
A depressão é considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o “Mal do Século” devido a grande quantidade de pessoas afetadas todos os anos. Quanto mais os médicos e cientistas estudam seu efeito no organismo humano, mais surgem ramificações da doença para que seja possível compreender melhor seu mecanismo de atuação, bem como descobrir opções de tratamento e cura.
De modo geral, os tipos de depressão variam conforme a intensidade, a duração e o fato de estar acompanhada ou não por outras condições de saúde. Os sintomas são bem semelhantes em todos os tipos.
1. Episódio depressivo
Chama-se de episódio depressivo quando a pessoa passa por um curto período de tempo com sintomas de depressão. Em média esse período é de 6 meses, então, é necessário fazer acompanhamento médico para que seja feita uma avaliação e o médico possa determinar o melhor tratamento, já que depende da evolução ou não da doença.
Os sintomas estão relacionados ao humor deprimido, alterações no sono e no apetite, lentidão física e mental, falta de vontade e de prazer para fazer o que antes gostava.
2. Transtorno Depressivo Maior
Esse transtorno é uma evolução do episódio depressivo, ou seja, vai além dos 6 meses de duração mantendo os mesmos sintomas. Também é considerado quando, depois de 6 meses, a pessoa se sente melhor, mas os sintomas voltam a ocorrer pouco tempo depois.
Entre os tipos de depressão, esse é um dos tipos de costuma afetar adultos a partir dos 30 anos e que, na maior parte das vezes, têm uma herança genética para desencadear o transtorno. A melhor forma de tratamento é por meio de medicamentos. A medicação escolhida e a sua frequência de uso dependem de caso para caso.
3. Depressão Bipolar
Pessoas que sofrem com transtorno bipolar costumam passar por fases de depressão. Existe o tipo 1, quando a pessoa bipolar intercala sintomas de depressão com sintomas de euforia. Também tem o tipo 2 que é quando a fase de euforia é menos intensa.
O que se chama de euforia também é conhecido por fase de “mania”, que é quando a pessoa fica agitada, procura se ocupar com diversas atividades, fica impulsiva, inquieta, desatenta, hiperativa e, algumas vezes, obsessiva. Depois dessa fase é como se toda a euforia adormecesse e viessem à tona os sintomas do episódio depressivo, que são o oposto.
Como nesse caso a pessoa já foi diagnosticada com bipolaridade ou outro distúrbio de comportamento, o tratamento será adaptado de acordo com o que ela já estiver recebendo.
4. Distimia
É muito fácil deixar essa condição passar despercebida, acusando a pessoa de ser negativa, chata e mau humorada na maior parte do tempo.
Na distimia o paciente é capaz de cumprir com suas atividades do cotidiano, indo ao trabalho, cuidando da casa e dos filhos, mas seu comportamento é desagradável, negativo e levemente deprimido de forma constante.
Ao ser diagnosticado, esse também é um dos tipos de depressão que tem tratamento com medicação.
5. Sazonal
A sazonalidade da depressão está relacionada com determinadas épocas do ano. Esse tipo também pode ser considerado um episódio depressivo por causa dessa sazonalidade, por isso é importante ir a um psiquiatra para que ele possa identificar com qual tipo a pessoa está sofrendo.
A depressão sazonal costuma ocorrer em períodos do ano que remetam a sentimentos de tristeza e melancolia para algumas pessoas, como o inverno, quando há menos sol e o céu nublado aumenta os sentimentos ruins. Para outras pessoas, as festas de fim de ano também trazem lembranças ruins, então, pode ocorrer um quadro depressivo, caso já tenha uma predisposição para a doença.
6. Pós-parto
Esse é um dos mais conhecidos tipos de depressão que afeta as mães logo após o nascimento do bebê. Ocorre por causa das alterações hormonais no corpo da mulher, que são agressivas, já que durante os 9 meses anteriores ela estava com seu organismo equilibrado.
Ao perceber os sintomas, que incluem a rejeição do filho e um sentimento constante de muita tristeza e de estar perdida sem saber o que fazer, a mulher deve procurar seu obstetra para falar a respeito e, depois, um psiquiatra para que seja tratada com medicação e outros cuidados na rotina.
7. Psicótica
Esse é um tipo considerado extremo por causa dos sintomas relacionados com outros transtornos mentais. A pessoa tem os sintomas de tristeza profunda, mas surgem aliados a delírios e alucinações. É raro, porém, grave, pois pode levar a pessoa a cometer suicídio de forma repentina quando pensa estar vendo a morte vindo buscá-la, por exemplo.
Geralmente esse tipo de depressão vai surgir quando a pessoa já estiver diagnosticada com outros transtornos, então o tratamento com medicação e outras terapias será adaptado. Mas também pode afetar pessoas que, até o momento, não aparentam qualquer problema de ordem psicológica.