De acordo com a Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), a “demência é o declínio geral das habilidades mentais, como memória, linguagem e raciocínio que persiste por toda a vida e pode interferir com as atividades normais da pessoa e seus relacionamentos“. Exemplos de demência são o Alzheimer e Parkinson.
Quando o paciente desenvolve esse quadro, tende a se tornar confuso, com memória severamente afetada, perdendo habilidades antes bem desenvolvidas. É o caso da dificuldade para se alimentar, tomar banho, ir ao banheiro e fazer outras coisas sozinho.
Também há chances de não reconhecer os familiares ou amigos, podendo passar de comportamentos como a prostração, até agitação ou agressividade. Há chances de confusão mental, alucinações, não reconhecimento do local onde está e falta de vontade de agir.
É, sem dúvidas, uma doença difícil de lidar, com um peso significativo na vida do paciente e dos familiares. Uma boa alimentação e hábitos saudáveis de vida podem evitar o seu desenvolvimento. Porém, um novo estudo mostrou outra arma de combate à demência: ter amigos.
Ter amigos previne a demência
Um estudo desenvolvido por pesquisadores ingleses e encabeçado pela University College London, em parceria com outras entidades e profissionais, buscou entender a relação entre amizade e demência. Foram mais de 10 mil pessoas acompanhadas por 32 anos de pesquisa, que tinham que responder questionários sobre a vida social.
Eles tiveram também que fazer testes periodicamente, além dos questionários, que mediam a capacidade da memória e fluência verbais. Além disso, testes de raciocínio também foram aplicados. Os participantes tinham idades entre 35 e 55 anos, quando o estudo começou.
Os resultados foram impressionantes. Quando analisado o resultado, os pesquisadores decidiram publicar em revistas científicas e aprofundar a discussão sobre o tema. Eles afirmam que é importante para a pessoa que vai entrar nessa fase, manter amizades e uma vida social ativa.
Isso porque aqueles que tinham mais de 60 anos e uma vida com diversas atividades, tinham 12% a menos de chance de desenvolver demência do que os que estavam mais sozinhos. Para chegar a esse dado, eles compararam os ativos com os inativos, cruzando as informações sobre doenças apresentadas que estivessem relacionadas à demência.
Outro ponto muito curioso da pesquisa é que esses dados só valem com amigos fora da família, pois o contato diário com familiares não interferiu de forma significativa. Viu a importância de sair da toca e fazer novos contatos?
Outras formas para evitar a demência
Claro que nem se precisa falar da alimentação aqui, já que as vitaminas fundamentais para o funcionamento do cérebro devem sempre estar presentes. Encontre outras alternativas para fazer novos contatos e ainda manter a mente em dia.
Cursos
Que tal começar um curso de culinária asiática ou, quem sabe, de bonsai? Aprender a tocar um instrumento musical, a decorar ambientes ou até a gerir uma empresa. Não há limites para o que pode ser feito. Lembre que a expectativa de vida está cada vez maior, então há muito tempo para começar, terminar e praticar o que escolher.
Atividade física
Claro que, para isso, a saúde tem que estar administrável, apesar do desgaste na parte física, que é normal. Além de cuidar do corpo, a atividade física pode ser um bom ponto de partida para conhecer outras pessoas. Entre para a academia, faça natação, corrida, caminhadas, yoga. Escolha algo que se identifique e aproveite o momento para fazer novas amizades.
Religião
A igreja, mesquita, templo ou como se chamar o seu local sagrado também pode ser uma boa opção para estimular os relacionamentos. Não apenas com pessoas da sua faixa etária, mas até mesmo com os jovens e adolescentes. Pode ser um projeto em que você ensine alguma habilidade ou até mesmo um chá semanal, para conversarem sobre a religião e a vida.
Trabalhos sociais
E falando em ensinar habilidades, já pensou em fazer isso para grupos de mães que precisam de um dinheirinho extra ou idosos em um abrigo, que precisam de atividades para a mente? Há muitas chances de se desenvolver trabalhos sociais, doando o seus bens mais preciosos: tempo e conhecimento. Escolha um que se identifique e comece já!
Café com os amigos
Claro que não pode faltar aquele encontro semanal com os amigos e amigas para fazer a resenha da semana. Vale todo tipo de assunto, desde futebol, a política e até fofoca. O importante é colocar o papo em dia, matar a saudade e colocar o cérebro para se aprofundar em temas mais complexos. Ah, também vale tentar imaginar qual vai ser o final da vilã da novela das oito.
Ter um pet
Quer ter ocupação para um dia inteiro? Tenha um cachorrinho ou gatinho de estimação. Brincadeiras à parte, eles são uma ótima companhia – até quando são filhotes e fazem todo tipo de arte e sujeira. Além disso, nos passeios na praça, encontrando outros donos você já tem um assunto em comum para começar. Mas lembre-se de que é uma vidinha, então pese bem se realmente quer.
