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Tempestades de verão e “rios voadores”: entenda a relação

Esse fenômeno é comum nos verões brasileiros, e até benéfico, dependendo do ponto de vista

Crédito: Reprodução/DW

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Desde o final de 2021, o Brasil vem sendo castigado por tempestades de verão devastadoras. A causa dessas tempestades está relacionada aos chamados rios voadores, que têm esse nome porque correm lá no céu.

São como grandes corredores de umidade atmosférica que vão da região amazônica até o centro-sul do país, carregando parte da água que evapora no norte para outras partes do território nacional.

De acordo com Estael Sias, da Metsul Meteorologia, em entrevista para a BBC Brasil, “é uma região muito úmida e tropical, onde tem um aquecimento constante. A Floresta Amazônica por si só já despeja uma quantidade enorme de água na atmosfera pela evaporação”.

Então, o que acontece é que o relevo da América do Sul e a cordilheira dos Andes não deixam essa umidade escapar do continente, e, assim, os rios voadores são obrigados a descer na forma de tempestades.

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Junto a isso, se os rios voadores se encontram com uma frente fria vinda do sul, as nuvens carregadas tendem a ficar concentradas por alguns dias em uma determinada região.

Esse encontro forma o que é chamado de zona de convergência do Atlântico Sul, que é recorrente durante o verão nesta região do planeta. Foi assim que ocorreram os estragos que afetaram o sul da Bahia, no final do ano passado, Minas Gerais, no início de 2022, e São Paulo, mais recentemente.

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O fenômeno dos rios voadores combinado com as frentes frias não é raro, pelo contrário. As zonas de convergência acontecem todos os anos, com maior ou menor intensidade.

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“Se pegarmos outros eventos de desastres naturais e de chuvas catastróficas, no Sudeste em particular, quase todos, ou a maior parte, estiveram associados à formação de zonas de convergência”, afirmou Josélia Pegorim, meteorologista da Climatempo, para a BBC Brasil.

Os meteorologistas alertam que a culpa das catástrofes não é só das chuvas, pois esses eventos são avisados com antecedência para as autoridades municipais e estaduais. O problema é a falta de preparo e de reação das autoridades aos avisos.

“A culpa é da chuva até certo ponto. Não se pode dizer que é por causa das mudanças climáticas ou que nunca choveu assim, porque já teve chuvas até piores. Não teve surpresa”, diz Pegorim.

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Então, se as autoridades estivessem preparadas para receber essas tempestades, evitando os desastres, esses rios voadores seriam visto apenas como um fenômeno positivo, já que são sistema fundamental para recompor as reservas de água para os reservatórios de geração de energia e de abastecimento da população.

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Fonte: BBC Brasil

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