Sentir tédio costuma ser chato, pois você fica sem nada para fazer e se incomoda com isso. Por outro lado, quando o tédio é uma opção, pode fazer bem. Nesse caso ele se chama ócio, que é quando você escolhe ficar sem fazer nada para espairecer a mente.
De acordo com o Dr. John Eastwood, professor de psicologia e coordenador do Boredom Lab, o tédio não se caracteriza como uma falta absoluta do que fazer, mas sim, como “um sentimento desconfortável de querer, mas não conseguir se engajar em atividades satisfatórias”. E nesse caso não é bom como o ócio.
Quando não recebemos estímulos suficientemente prazerosos para nos instigar a fazer alguma coisa, nos sentimos entediados e com vontade de nos livrar desse sentimento. É quando ficamos buscando qualquer tipo de distração, como as redes sociais, ou mesmo trabalho em excesso, o que não resolve o problema.
A grande questão aqui é: preciso me livrar do tédio ou ele é uma oportunidade de enxergar a realidade por uma nova perspectiva? Isso mesmo! O tédio pode parecer um vilão, mas pode ser transformado em ócio, ou seja, vê-lo como um momento de parar e contemplar apenas o momento presente; a simplicidade da existência.
Como lidar com o tédio e tirar proveito disso?
Para aprender a lidar com essa sensação de forma saudável, é necessário se desenvolver melhor. Uma pessoa só consegue ficar bem sozinha, aproveitando a própria companhia sem ter compromissos a cumprir, quando ela tem o hábito de refletir sobre a vida e sobre si mesma. Quando ela se conhece o bastante para não ficar ansiosa quando está sem nada para fazer.
Muitas pessoas acreditam que é proibido sentir tédio e escolher ficar um tempo no ócio. No Brasil existe a cultura da sobrecarga de trabalho; de que a produtividade deve ser constante ou você é preguiçoso. Isso é um grande engano e saber disso é o primeiro passo para abandonar essa visão errada sobre o tédio.
A pesquisadora Patricia Cotton, fundadora da consultoria Upside Down Thinking, acredita que não é possível acabar com o tédio, e isso não é saudável para o amadurecimento emocional. “Gosto mais da ideia de se acolher e aceitar o tédio para então transformar esse sentimento saudável, que tem razão de ser”.
Ela recomenda buscar um entendimento mais profundo do desconforto e da sensação de vazio trazidos pelo tédio, que são oportunidades e matéria-prima para a criatividade e mudança. “Experimente a solitude, o silêncio e a desconexão virtual. Contemple o céu ou o teto de casa para perceber que não há tédio no mundo, há apenas olhos entediados”.
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Artigo com informações de UOL Viva Bem