Hoje em dia, a sopa de beldroegas não é tão comum no Brasil como era há algumas décadas. Aliás, muita gente tem dificuldade em encontrar essa planta tão saudável para usar nas receitas. Mas, em Portugal a sopa de beldroegas ainda é bastante consumida, e você vai aprender uma receita agora, para comer quando conseguir encontrar um maço delas na feira ou no mercado.
Receita da sopa de beldroegas alentejana
A sopa de beldroegas é um prato característico da região do Alentejo, tanto que é uma das receitas mais apreciadas. Veja como fazer e depois conheça a história dessa sopa para comê-la com ainda mais prazer.
Ingredientes
- Beldroegas: 1 molho grande;
- Cebola: 1 unidade;
- Alho: 1 cabeça;
- Azeite: 150ml;
- Batatas: 500g;
- Ovos: 2 a 4 unidades;
- Colorau: 1 colher de sobremesa;
- Louro: 1 folha;
- Sal e pimenta: a gosto;
- Vinagre: 1 jato;
- Pão alentejano do dia anterior: ½ unidade;
- Queijo seco: 1 unidade;
- Água: 2 litros;
- Cebolinha verde: para polvilhar.
Modo de preparo
- Lave bem as beldroegas e remova os cabos, de modo que fiquem apenas as folhas;
- Corte a cebola em rodelas e refogue no azeite até dourarem ligeiramente (em fogo baixo);
- Junte as beldroegas, a folha de louro e o colorau;
- Deixe refogar muito bem durante cerca de 5 minutos (em fogo médio), mexendo de vez em quando com uma colher de pau;
- Junte a água e deixe levantar fervura;
- Descasque e corte as batatas em rodelas (com cerca de 1cm);
- Quando o caldo estiver fervendo, junte a cabeça de alho inteira (retire apenas a pele branca de cima, a pele roxa deve manter);
- Junte também as batatas, tempere de sal e deixe cozinhar (cerca de 15 minutos);
- No fim, junte os ovos (1 por pessoa) e metade do queijo (que deve ser cortado em cubos) e deixe cozinhar mais 5 minutos;
- Junte um jatinho de vinagre, espere mais um minuto e desligue o fogo;
- Fatie o pão, coloque numa terrina e regue com o caldo;
- Polvilhe com a cebolinha, se desejar, e sirva;
- Acompanhe com o restante do queijo e com um bom vinho tinto.
A origem da sopa de beldroegas no Alentejo
Com a chegada dos muçulmanos à Península Ibérica, no início do século VIII, terá chegado também a açorda, que entre os hábitos culturais e gastronômicos dos árabes, é um costume divulgado na emulação do Profeta Maomé.
O termo português “açorda” provém da forma dialetal do árabe andalusî, falado na Península Ibérica: “thurda/çurda” ou “thorda/çorda” significava “sopa de pão” ou “migas de pão cozido”.
Nos dois tratados conhecidos de culinária hispano-árabe da época, encontram-se várias receitas de pratos classificados como thurûd.
Nesse conjunto de receitas há um corpo de ingredientes comuns que constituíram a identidade do que então se entenderia como “açorda”, tais como o pão, as carnes, os vegetais e os laticínios.
No Alentejo, ainda hoje, as sopas de beldroegas, de alface e de espinafres (tecnicamente “açordas”, pois integram sopas de pão) levam queijo na sua composição.
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Artigo com informações de: Tradicional.PT