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Sons que provocam arrepio: por que isso acontece?

Com certeza você já se arrepiou ao ouvir um som estridente que causou uma agonia em você, certo?

Crédito: Freepik

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Os sons que provocam arrepio variam de pessoa para pessoa. Mas, não vamos falar do arrepio gostoso que acontece quando ouvimos um som muito agradável. É aquele arrepio de agonia mesmo, como unhas arranhando uma lousa ou um talher de metal raspando em uma panela. Você já parou para pensar o que faz a gente se arrepiar com esses sons?

As pesquisas sobre sons que provocam arrepio

Existe algo em comum nos sons que provocam arrepio, já que grande parte das pessoas têm a mesma sensação desagradável, de aversão, quando ouvem determinados sons irritantes. Por isso, existem algumas pesquisas que resolveram descobrir o motivo pelo qual o corpo se retrai e arrepia ao ouvir esses sons.

Bem, em algumas das pesquisas o fator comum foi a frequência alta (aguda) dos sons considerados mais irritantes. Parece que é a agudez do som que provoca o arrepio, embora ainda não se tenha uma resposta conclusiva.

Em uma das pesquisas, feita por três estudiosos de universidades norte-americanas, gravaram o som de um rastelo de grama raspando um quadro-negro. Depois remodelaram a gravação, removendo as frequências altas, médias e baixas de diferentes gravações.

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O esperado era que a mudança nas frequências agudas desse som removesse o incômodo. Mas, para a surpresa de todos, não aconteceu. Depois de apresentar os sons modificados aos voluntários, os pesquisadores perceberam que o som continuou desagradável.

E tem outra coisa interessante. Os pesquisadores também perceberam que o ruído das unhas no quadro era parecido com o grito de alerta de um chimpanzé.

“Especulamos que o som de unhas em um quadro-negro têm uma característica aversiva quase universal porque provoca em nós um reflexo inconsciente, automático, como se estivéssemos ouvindo um grito de advertência”, disse o psicólogo Randolph Blake, um dos participantes do estudo, à revista Medical Press.

Outro estudo, publicado em 2012 pelo Jornal de Neurociência, sugere que o som da unha raspando em uma lousa desencadeia um aumento na comunicação entre duas áreas do cérebro —uma envolvida na audição e outra nas emoções.

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Dois cientistas da Universidade de Newcastle, na Inglaterra, selecionaram 13 voluntários e os submeteram a 74 tipos de sons considerados desagradáveis, enquanto eram monitorados por uma máquina de ressonância magnética.

Durante os testes foi possível notar que, quando os sons eram irritantes, as atividades entre as áreas do cérebro ligadas ao controle das emoções (a amígdala) e o córtex auditivo, que processa o som, eram mais intensas.

“É como se fosse um sinal de socorro enviado da amígdala para o córtex auditivo”, disse o pesquisador Sukhbinder Kuma.

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A frequência dos sons é a resposta

Um terceiro estudo foi publicado em 2011 no jornal da Sociedade de Acústica Americana, sugerindo que o desconforto acontece por conta do tamanho de nossa orelha e do canal auditivo.

Os participantes do estudo avaliaram o desconforto que sentiam ao serem expostos a vários ruídos desagradáveis. Os dois sons classificados como mais irritantes foram de unhas e de giz arranhando uma lousa.

Então, depois de modificar certas faixas de frequência destes dois sons, os pesquisadores expuseram os voluntários aos ruídos enquanto avaliavam seus indicadores de estresse, e chegaram a um resultado.

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Os ruídos mudaram a condutividade elétrica da pele dos voluntários, o que apontava uma reação de estresse físico significativa. Os pesquisadores perceberam também que as frequências mais irritantes estava entre 2.000 e 4.000 Hertz.

Então, nos três estudos, a conclusão foi que os sons que provocam arrepio são os que ficam nas frequências entre 2.000 e 5.000 Hertz. Os gatilhos dessa reação variam, conforme pudemos ver nos diferentes testes realizados em cada pesquisa, mas todos chegaram ao mesmo veredito.

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Artigo com informações de UOL Tilt

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