Muitos tipos de transtornos psicológicos não apresentam sintomas no corpo, como dor ou mudanças no funcionamento do organismo. Também não apresentam mudanças bruscas de comportamento e, por isso, ficam camuflados durante anos. Os sintomas da síndrome da impostora são um exemplo disso, afetando muitas pessoas que são taxadas de negativas, chatas ou inseguras. Veja o que é essa síndrome, os sintomas e tratamento.
Síndrome da impostora: o que é?
A síndrome da impostora é um transtorno psicológico que faz a paciente se enxergar como incapaz de realizar conquistas e não merecedora do que tem. É uma constante baixa autoestima, diferente daquela tristeza comum que atinge todas as pessoas de vez em quando.
Nessa síndrome, a paciente percebe que toda a sua vida é afetada, pois os sintomas influenciam nas decisões pessoais, sociais e profissionais. Ela se desvaloriza, se sente menos do que os outros e, com isso, afasta muitas oportunidades.
Sintomas da síndrome da impostora
Apenas um psicólogo ou médico psiquiatra pode chegar ao diagnóstico da síndrome da impostora, após uma avaliação da sua paciente. Mas é importante estar atenta aos sintomas para saber quando é hora de buscar ajuda profissional. Veja só:
Autossabotagem e autodepreciação
Um dos mais comuns sintomas da síndrome da impostora é o hábito de desvalorizar suas próprias conquistas, sua imagem, suas capacidades. A falta de autoconfiança interage diretamente com esse hábito, pois a pessoa se sente mais tranquila e segura ao se colocar para baixo, com menos importância, menos valor e menos foco diante de uma situação.
Ansiedade
É possível que pacientes com os sintomas da síndrome da impostora desenvolvam ansiedade, pois estão constantemente com medo das situações, aflitas e se preocupando com o que vai acontecer.
Pessimismo
O pessimismo acompanha a paciente com essa síndrome porque é mais fácil pensar que as coisas sempre vão dar errado do que criar uma expectativa e se frustrar, mesmo quando as chances de sucesso são claras.
Procrastinação
Adiar compromissos e decisões faz parte da rotina da pessoa com síndrome da impostora, e é assim que ela vive uma autossabotagem, impedindo a si mesma de buscar o que deseja e atingir objetivos.
Medo de ser descoberta
Muitas pessoas com essa síndrome tentam levar uma vida normal, escondendo seus verdadeiros sentimentos de medo, insegurança e ansiedade. Mas, com isso, estão sempre com medo de serem “descobertas” pelos outros.
Baixa autoestima
Falar mal de si mesma, enxergar apenas seus defeitos, deixar de fazer coisas que gosta por vergonha da aparência ou medo de não conseguir interagir como gostaria e passar vergonha.
Depressão
Não é sempre, mas depois de tanto tempo convivendo com os sintomas da síndrome da impostora, algumas pacientes podem desenvolver depressão.
Livros sobre síndrome da impostora
A melhor forma de reconhecer os sintomas da síndrome da impostora, e buscar seu merecido tratamento, é estudando mais sobre esse tema. Existem livros bem interessantes sobre a síndrome que vale a pena ler para se inteirar sobre o assunto, ver exemplos de outras pessoas e se guiar pelo caminho da cura. Veja alguns exemplos:
Síndrome da Impostora – Por que nunca nos achamos boas o suficiente?
A autora, Rafa Brites, apresenta o livro da seguinte forma:
“Bem-vinda à Sociedade Secreta de Impostoras Anônimas! Você já teve aquela sensação de que nunca é boa o suficiente? De que precisa estudar mais? Trabalhar mais? Malhar mais? E que, se não fizer isso, a qualquer momento perceberão que você é uma farsa? Durante muito tempo me senti exatamente assim. Achei que estava sozinha até saber que a Michelle Obama, a Michelle Pfeiffer e a Michele estagiária sofriam da mesma coisa. Gente, será que eu sou a única Rafa sofrendo esse problema de Micheles, ou será que tem mais mulheres como eu? Descobri que esse problema – chamado de Síndrome da Impostora – é universal e atinge milhões de mulheres em diferentes países e contextos. Aliás, existem grandes chances de essa ser uma questão sua também! Neste livro, conto minhas experiências, explico sobre essa síndrome e suas complicações, e também algumas maneiras de a acolher e controlar (em vez de deixar que ela controle você). Convido você a entrar na minha vida, na das Micheles, na sua e na das demais mulheres que fazem parte dessa Sociedade Secreta de Impostoras Anônimas.”
A Síndrome do Impostor
Nesse livro, o autor Bruno Nogueira publicou contos sobre a síndrome:
“Uma realidade virtual onde tudo é tão perfeito que seus usuários nunca mais querem sair. Um homem em coma que se levanta na cama sempre que certas músicas ou poemas são lidos na sua presença. Pessoas que pensam enganar os outros enquanto enganam apenas a si mesmas. Isso é apenas um pouco do que os contos de Bruno Nogueira trazem usando muitas vozes ao longo de uma excelente obra, em que a fronteira entre a realidade e o absurdo parece se mover a cada um dos textos – que ao contrário do título, não têm nada de impostores.”
Tratamento para a síndrome da impostora
É difícil chegar à conclusão de que o seu comportamento pessimista e sua forma negativa de ver a vida e a si mesma são parte de um transtorno psicológico. A paciente acredita de verdade que é uma pessoa sem valor, sem qualidades e capacidades. Então, como é que vai se dar ao luxo de pensar que a culpa não é dela, mas sim, de uma doença?
No entanto, perceber que está com um problema é o primeiro passo para começar um tratamento e mudar de vida. Depois, é necessário se consultar com um médico psiquiatra ou com um psicólogo para começar a compreender o que está acontecendo.
O tratamento pode ser em conjunto com o psicólogo e o psiquiatra, dependendo de cada caso. O psicólogo vai ajudar a paciente a reconstruir uma boa imagem pessoal, por meio de terapias, enquanto o psiquiatra pode receitar tratamento medicamentoso, caso seja necessário.
