De acordo com o Ministério da Saúde, a síndrome de burnout é também conhecida como síndrome do esgotamento profissional. Ela é caracterizada como “um estado físico, emocional e mental de exaustão extrema, resultado do acúmulo excessivo em situações de trabalho que são emocionalmente exigentes e/ou estressantes“.
Para o Ministério, essa doença se manifesta principalmente devido a uma grande competitividade ou carga de responsabilidade. Acima de tudo, é comum nas áreas de educação e saúde. Além disso, o excesso de trabalho tem um forte impacto, ainda mais, quando sob pressão e estresse.
A Organização Mundial de Saúde (OMS), adicionou o burnout à Classificação Internacional de Doenças (CID), mostrando seu crescente impacto na sociedade. Para ela, a inclusão ocorre devido a “fatores que influenciam o estado de saúde ou o contato com os serviços de saúde”.
Para a OMS, a principal causa da síndrome é o estresse crônico em um ambiente de trabalho mal gerenciado e existem quatro principais dimensões da doença:
- Esgotamento físico e mental;
- Distanciamento mental;
- Negativismo ou cinismo no trabalho;
- Queda de produtividade.
Sintomas da síndrome de burnout
O Ministério da Saúde enumera os principais sintomas da síndrome. Veja uma lista completa dos sintomas mais comuns da síndrome.
1. Esgotamento físico
Deitar à noite com o corpo exausto e acordar da mesma forma, dificuldade para dar pequenas caminhadas e até para atividades simples. Evitar fazer atividades que são importantes, mas não fundamentais por não querer se levantar também é um indício.
O que muitas vezes parece preguiça ou má vontade, quando parece que qualquer esforço não inviabiliza o movimento, pode ser esgotamento físico. Da mesma forma, as idas ao cafezinho, para beber água ou ir ao banheiro se tornam escassas.
2. Cefaleia
Assim como o cansaço persistente pode prejudicar e agravar o caso, a dor de cabeça contínua e fraca pode estar presente. É como uma pressão constante, uma dor leve, gerenciável, porém incômoda, que dificulta ainda mais o dia.
Ela também pode apresentar episódios mais intensos, podendo chegar a enxaqueca, acima de tudo em uma pessoa tenha predisposição. Como a dor pode permanecer por um longo período, consequentemente acaba agravando o quadro geral.
3. Alterações no apetite
É muito comum ocorrerem alterações no apetite do paciente, ainda mais em fases adiantadas da doença. Essa alteração pode ser mais voltada ao excesso ou à total falta de apetite, prejudicando a saúde do profissional.
Parece que a comida deixou de ter sabor, de ter graça, tendo como resultado diversos problemas relacionados ao metabolismo. Claro que o mesmo acontece nos casos de excesso de alimentação, muitas vezes somente para compensar o estresse.
4. Insônia
Noites maldormidas e muita dificuldade em pegar no sono são características comuns a quem sobre com a síndrome de burnout. Levar horas deitado na cama ou nem ao menos tentar já é comum.
Além disso, parece que o sono não se torna profundo o suficiente, levando a séries de pequenos despertares durante a noite. Outro fator é que, mesmo pegando no sono, não chega a cair em sono profundo.
5. Problemas cognitivos
Dificuldade de compreender e se concentrar também podem estar presentes no quadro de sintomas da síndrome de burnout. Além disso, lapsos de memória podem se tornar cada vez mais comuns.
Isso leva a uma dificuldade em realizar até tarefas simples, como interpretar ou redigir um relatório ou atender a um cliente de forma eficiente. Certamente ocorrerão falhas com prazos de entrega e/ou qualidade na execução.
6. Problemas psicológicos
Da mesma forma que a mente física sofre com a doença, também sua parte psicológica pode apresentar alguns sinais de alerta. Como resultado, surgem sentimentos de insegurança e fracasso, agressividade, depressão, ansiedade, negatividade e falta de esperança.
Além disso, podem surgir alterações de humor, sentimento de incompetência e necessidade de isolamento. Quase sempre, isso leva a uma queda de produtividade e de qualidade nas relações sociais.
7. Problemas físicos
Também o corpo sofre com a presença da doença, tendo como resultado problemas de hipertensão arterial, dores no corpo, problemas gastrointestinais e taquicardia. Além disso, pode apresentar, como já exposto, dor de cabeça e enxaqueca.
Também podem surgir quadros de sudorese, problemas respiratórios como asma e agravamento de alergias. Problemas para ir ao banheiro, seja constipação ou até mesmo gases e diarreia, também são comuns.
Como é feito o diagnóstico
O diagnóstico é mais complexo, pois pode ser confundido com outras doenças, com sintomas similares. Primeiro de tudo, é analisar o histórico do profissional e perceber que as mudanças são recentes, crescentes e marcantes.
Quando perceber o ocorrido, a pessoa deve ser encaminhada para um clínico geral, para avaliar as condições físicas. Ao mesmo tempo, também um psicólogo é necessário, para avaliar a condição geral e dar as ferramentas para a recuperação.
O Sistema Único de Saúde (SUS) conta com o apoio da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), para dar o atendimento necessário, gratuitamente. Ele disponibiliza desde o diagnóstico inicial, até o tratamento e medicamentos, se necessário.
Qual o tratamento
Acima de tudo, deve-se buscar compreender a causa da crise e buscar formas de lidar com ela, para que o tratamento tenha resultado. Provavelmente, o paciente será encaminhado para a realização de psicoterapia, buscando formas de lidar positivamente com a situação.
Além disso, o uso de medicamentos com foco antidepressivo ou ansiolítico pode ser recomendado. É um processo complexo, consequentemente, as melhoras podem acontecer em um prazo de um a três meses depois do início do tratamento, estendendo-se até quando for recomendado.
É fundamental que se faça alterações nas condições de trabalho e no estilo de vida do paciente, buscando uma alimentação balanceada, prática de atividades físicas e hobbies. Porém, melhor do que tratar é prevenir. Veja o que o Ministério da Saúde recomenda para evitar a doença:
- Estabeleça pequenos objetivos no trabalho e em casa;
- Tenha hobbies;
- Saia com a família e os amigos;
- Quebre a rotina de vez em quando;
- Se afaste de pessoas negativas;
- Converse sempre sobre o que sente;
- Faça atividades físicas;
- Não consuma álcool ou drogas;
- Não se automedique.