Chegar ao diagnóstico da Síndrome de Borderline pode ser demorado. Os sinais costumam se manifestar na adolescência, idade em que é comum os pais acharem que têm um filho muito revoltado ao invés de considerarem um problema psiquiátrico. Por falta de conhecimento dos pais ou responsáveis, muitos jovens ficam sem o devido tratamento ou recebem um diagnóstico errado de transtorno bipolar ou esquizofrenia.
O que é a Síndrome de Borderline?
Também chamada de transtorno de personalidade limítrofe, a Síndrome de Borderline é um problema de saúde psicológico e psiquiátrico no qual o paciente apresenta uma personalidade com um padrão de instabilidade constante do humor e do comportamento, com mudanças de atitude súbitas e de forma impulsiva.
Ainda não se conhece uma causa para o desenvolvimento da síndrome, mas sabe-se que as crises costumam surgir após conflitos emocionais difíceis ao longo da vida, como separações, perdas, negligência ou situações de abuso e violência.
É comum que pacientes diagnosticados com Síndrome de Borderline tenham outras comorbidades associadas, como depressão, transtorno de ansiedade, transtorno de estresse pós-traumático ou transtornos alimentares.
Características da Síndrome de Borderline
As características mais comuns das pessoas que têm a Síndrome de Borderline são:
- Alterações do humor que podem durar horas ou dias, variando entre momentos de ira, depressão e ansiedade;
- Dificuldade em aceitar críticas;
- Impulsividade e dependência por jogos, gasto de dinheiro descontrolado, consumo exagerado de comida, uso de substâncias e, em alguns casos, não cumprindo regras ou leis;
- Insegurança em si próprio e nos outros;
- Instabilidade nas relações, podendo causar distanciamento;
- Irritabilidade e ansiedade que pode provocar agressividade;
- Medo de ser abandonado por amigos e familiares;
- Pensamentos e ameaças suicidas;
- Sensação de solidão e de vazio interior.
Em alguns pacientes, durante uma situação de estresse extremo, podem surgir sintomas de paranoia, alucinações e episódios dissociativos, ou seja, confusão mental. Isso pode acontecer mesmo quando não existem outros transtornos diagnosticados.
Outro grande perigo é o risco de suicídio, que é 40% maior do que na população em geral. Nem sempre as ações autodestrutivas são cometidas com a verdadeira intenção de acabar com a vida, mas uma crise pode ser forte a ponto de o paciente tomar essa atitude.
Tem tratamento?
Sim, e é importantíssimo. Com o tratamento, a maioria dos sintomas tendem a diminuir e a taxa de recidiva é baixa. No entanto, a capacidade do paciente de realizar as suas atividades básicas e instrumentais da rotina não costuma melhorar muito. Então, imagina como fica a vida do paciente se a Síndrome de Borderline não for tratada.
O tratamento é determinado pelo médico psiquiatra após o diagnóstico, e pode envolver acompanhamento de um psicólogo. O tratamento consiste em sessões de psicoterapia associada a medicações específicas para cada caso, como antidepressivos, antipsicóticos e estabilizadores de humor.
Artigo com informações de Psiquiatria Paulista