Depois de algumas semanas de quarentena, saindo de casa somente por necessidade, muitas pessoas estão começando a ter sintomas da chamada “síndrome da quarentena”. Você já tinha ouvido falar neste termo?
Está sentindo que as suas emoções estão abaladas nesse momento? Então saiba mais sobre essa síndrome para não ficar confundindo com outros distúrbios da mente e acabar pensando que o problema é muito maior do que realmente é.
O que é a síndrome da quarentena?
De acordo com o que explicou o presidente da Associação Psiquiátrica Mexicana, Bernardo Ng Solís, em uma conferência online, essa síndrome pode afetar cerca de 1/3 das pessoas e é caracterizada por um conjunto de reações emocionais fora do que é o normal de cada pessoa. Em muitos casos, esses sintomas tendem a desaparecer com o fim da quarentena, mas nem todos são assim.
Os sintomas são os que muitas pessoas já devem estar sentindo agora, e que podem ser confundidos com outros problemas de saúde mental: nervosismo, frustração, tédio, raiva, insônia, esgotamento e uma sensação de confusão geral sobre tudo o que está acontecendo.
Em quais pessoas a síndrome aparece com maior facilidade?
O desenvolvimento da síndrome da quarentena depende muito de como funciona a mente de cada pessoa com relação à sua personalidade, suas crenças e seus hábitos de vida.
Isso porque essa síndrome é mais comum em pessoas que são muito preocupadas com tudo e controladoras, pois agora elas já não conseguem mais ter o controle total da própria rotina, já que são muitas dúvidas sobre o dia de amanhã.
Pessoas que sentem um medo exagerado de serem contaminadas, não conseguem se livrar de pensamentos negativos com relação à doença e tudo o que envolve essa quarentena.
Pessoas que se deixam levar pelo excesso de informação e fake news que recebem nas redes sociais.
Também, pessoas que não estão conseguindo reorganizar a rotina e manter horários para refeições saudáveis, trabalho, lazer, atenção para os familiares de casa e a prática de atividades físicas.
A mente desocupada ou desorganizada cria monstros que, na verdade, não existem. E quanto mais deixar que esses monstros cresçam, mais difícil vai ser de mandá-los embora depois. Então, é melhor agir imediatamente.
Como passar pela quarentena sem a síndrome?
Como mencionado no final do tópico anterior, um dos fatores que mais contribui para o surgimento da síndrome da quarentena é deixar que a mente fique esgotada com pensamentos negativos e de preocupação, sem organizá-la e ocupá-la com coisas mais úteis.
Aqui, vale aquela sábia frase, que muitas pessoas incluem em suas orações: “Dá-me serenidade para aceitar o que não posso mudar, coragem para modificar o que posso, e sabedoria para distinguir uma coisa da outra”.
Então, as dicas para começar a colocar em prática nessa quarentena, ainda que exija paciência e insistência, são as seguintes:
- Não absorva excesso de informação. Atualize-se sobre a situação da pandemia apenas em algumas fontes confiáveis (oficiais) que você selecionar, e não faça isso o dia inteiro;
- Organize uma rotina com horários para cada uma das suas atividades;
- Se não estiver trabalhando, crie atividades para ocupar o seu tempo com coisas diferentes ao longo do dia;
- Pratique exercícios físicos em casa com a ajuda de vídeos do YouTube ou aplicativos;
- Faça as refeições nos horários corretos;
- Converse com pessoas agradáveis, ainda que pelas redes sociais e WhatsApp;
- Brinque com as crianças e faça atividades interessantes com elas dentro de casa;
- Organize sua casa, faça uma faxina, arrume os armários, tudo aquilo que você não fazia antes porque não tinha tempo;
- Não fique dormindo até tarde, pois será mais difícil ter uma boa noite de sono depois.
Se notar que, ainda assim, não está conseguindo lidar com tantos pensamentos e uma sensação de sentimentos perturbadores, busque conselho profissional.
Há diversos sites, páginas e grupos com psiquiatras e psicólogos dispostos a ajudar de graça nessa fase, justamente por saberem como a síndrome da quarentena é comum.