A Síndrome de burnout é caracterizada pela exaustão mental. Logo, acredita-se que descansar o suficiente, antes e depois de um dia de trabalho, seja uma boa maneira de combater seus sintomas.
Síndrome de Burnout recebe nova classificação a partir de 2022
O hábito de trabalhar em excesso não é um mérito
Nos acostumamos, há muito tempo, com a ideia de que quanto mais trabalharmos, mais longe iremos chegar. Mas a verdade é que, quanto mais horas seguidas trabalhamos além do nosso horário contratado pela empresa, mais cansados e infelizes ficamos.
Para Jason Fried, cofundador e CEO da companhia americana de software Basecamp, “é meio que preocupante – essa ideia de que você ‘precisa’ trabalhar tanto e que isso é o que levará você adiante – trabalhar por uma quantidade de horas ridícula. Ninguém tem resistência, nem capacidade mental, para trabalhar 14 horas [por dia].”
É por isso que Fried defende a cultura do “oito-oito-oito”: oito horas de trabalho, oito horas de sono e “oito horas de vida entre elas”, afirma ele. “O que acaba acontecendo para a maioria das pessoas é que o trabalho fica com a maior parte; a vida é aquilo que você tenta encaixar nos espaços vagos e o sono é o que sobrou.”
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Dar o exemplo para promover a mudança
Para que seus colaboradores entendam a importância de ótimas noites de sono reparador para ser um profissional eficiente durante as oito horas de trabalho, Fried faz questão de dar o exemplo, incentivando todos a fazerem o mesmo que ele.
“Existe esse outro componente que é mais uma questão de compreensão e comunicação da importância do sono para se fazer um bom trabalho, com bons resultados para a empresa. Isso pode se traduzir em liderar de uma forma que ajude os funcionários a dormir mais, servindo de modelo para eles – demonstrando como os próprios líderes estão dormindo, equilibrando o trabalho e o sono e como eles estão pensando sobre o sono com relação ao seu trabalho.”
Relaxar no intervalo do trabalho ajuda a prevenir a Síndrome de burnout
Junto com a ideia de Fried de incentivar seus colaboradores a dormirem bem, sem fazer horas extras, estão outras estratégias.
Muitas empresas já implantaram ambientes de descanso e relaxamento para seus funcionários tirarem um cochilo, seja depois do almoço ou quando estiverem se sentindo muito cansados, física ou mentalmente.
Essa prática tende a se tornar cada vez mais comum, especialmente agora, durante a pandemia, quando as empresas estão entendendo e aceitando melhor as necessidades de seus funcionários.
A mudança também se deve à nova geração de trabalhadores, que é bem diferente das anteriores: os jovens profissionais de hoje são mais atentos aos seus direitos e não se importam em falar de assuntos pessoais no local de trabalho, discutindo temas como a saúde mental com naturalidade e exigindo soluções.
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Como as lideranças podem aderir à ideia do sono para aliviar a Síndrome de burnout?
Para Fried, o CEO da Basecamp, a liderança do sono é uma questão prática.
“Quando você está cansado, você trabalha mal”, afirma ele. “Você não pensa com clareza, nem é um bom líder para os demais. Se você chefia uma equipe ou está encarregado de outras pessoas e não dormiu o suficiente, você torna a vida deles muito mais difícil. Você não é uma pessoa agradável para conviver, não está totalmente ali. Você é breve, fala pouco e é tudo aquilo de ruim que resulta da exaustão.”
Então, entender esse conceito e começar a praticá-lo é o primeiro passo. As lideranças da empresa, em conjunto com o setor de Gestão de Pessoas, devem implantar ações de incentivo para seus colaboradores e dar o exemplo.
Assim, todos irão perceber que podem falar abertamente sobre saúde mental, pedir ajuda quando necessário e não ter medo de ir para casa descansar ao invés de se sentir obrigado a trabalhar depois do horário ou ser sobrecarregado.
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Artigo com informações de BBC