É mais fácil pensar que o seu filho está fazendo birra do que pensar na possibilidade de uma crise de ansiedade. É mais comum achar que a crise de ansiedade acontece com pessoas mais velhas que têm problemas emocionais ou fobias, mas não é bem assim. Crianças também podem sofrer essas crises. Veja as causas, como reconhecer e o que fazer para ajudar seu filho.
Diferença entre birra e crise de ansiedade
A birra é um comportamento intencional da criança quando percebe que não recebeu algo que queria e se sente frustrada. É uma forma de comunicar sua frustração, e isso vai ocorrer com choros, gritos, jogar o corpo no chão e arremessar coisas. Depois que a criança receber atenção ou perceber que sua birra não está resultando ela vai parar.
Já no caso da crise de ansiedade, não é um comportamento intencional, que a criança consegue controlar. A crise de ansiedade é uma reação emocional que se manifesta de forma desproporcional à situação que está acontecendo. Na crise de ansiedade, o principal sentimento envolvido é o medo.
Choro emotivo de medo
Na crise de ansiedade, a criança tem um choro mais emotivo, não para chamar a atenção, mas porque está com medo incontrolável de algo.
Agressividade para se defender
Ela pode ser agressiva consigo mesma ou com os outros, também por causa desse medo, pois é uma tentativa de se defender.
Dores e dificuldade para dormir
Além disso, a duração da crise de ansiedade costuma ser prolongada. A criança pode ter problemas para dormir, dores de cabeça, fadiga, dor de estômago e de barriga, principalmente quando está diante de uma situação que lhe causa medo ou insegurança.
O que pode causar uma crise de ansiedade na criança?
Os gatilhos são variados. Mas a forma como a criança é ensinada a lidar com seus medos e inseguranças faz toda diferença, para pior ou para melhor.
Os cuidadores são o principal exemplo que a criança tem para aprender a lidar com os medos, inseguranças e resolver problemas sem se afobar.
A criança deve ser ensinada a encarar as situações analisando ao entorno e pensando em soluções. Claro, esse ensinamento deve ocorrer dentro da sua capacidade, conforme a idade.
Mas a observação dos adultos é o bastante para a criança aprender a como reagir, pois irá repetir o comportamento deles quando estiver em uma situação que gere os mesmos sentimentos, como bullying, separação dos pais, mudança de cidade, doenças e perdas.
Como ajudar?
No momento da crise de ansiedade, a criança precisa ser acolhida, abraçada, protegida. Ela deve se sentir segura perto de alguém da sua confiança. Não precisa falar nada, muito menos exigir que a criança se acalme rápido ou explique o que está havendo.
Só depois que a criança se acalmar é possível conversar com ela sobre o que estava sentindo e o que causou aqueles sentimentos.
É importante ouvir o que a criança tem a dizer, mesmo que pareça algo fantasioso e que ela use metáforas, pois é a forma que ela consegue se expressar e pode ser uma pista para um perigo real, como uma situação de abuso, por exemplo.
Se os episódios se repetirem é importante que a criança faça uma consulta com um psicólogo infantil para uma investigação mais criteriosa dos seus sintomas e as possíveis causas. Com o diagnóstico, o profissional recomendará o que deve ser feito, inclusive no âmbito familiar, para que a criança se sinta mais segura e as crises desapareçam.