Todos os pais cristãos batizam seus filhos alguns meses após seu nascimento. É um ritual de purificação e introdução ao cristianismo. Nesse ritual, além dos pais e familiares mais próximos, também está presente a madrinha de batismo. Essa figura pode ser parente de sangue ou não, mas precisa escolhida com um cuidado especial e também precisa ser batizada.
O que é o batismo e como surgiu a tradição?
O batismo é como a iniciação à vida cristão. É um sacramento que oficializa a entrada de uma pessoa em uma religião cristã. No caso da igreja católica é comum que o batizado seja feito antes do primeiro ano de vida da criança.
De acordo com a igreja católica, o batismo é um ritual para perdoar a todos do pecado original, que está até mesmo nos bebês. Então, ao serem batizados, eles são libertados do poder maligno e transferidos para o reino dos filhos de Deus em liberdade.
A tradição do batismo surgiu pelo Apóstolo João Batista e tem esse nome pois deriva do grego “mergulhar na água”. Inclusive, o sobrenome do Apóstolo lhe foi dado de Batista pois era ele quem batizava as pessoas para que fossem libertadas de todo o mal.
Por que ser madrinha de batismo é importante?
Antigamente, e até hoje segue sendo assim, a igreja exigia que os pais escolhessem um casal para serem os padrinhos do filho que seria batizado. A escolha desse casal deveria ser feita de forma cuidadosa e especial, pois eles seriam os responsáveis pela criança na ausência dos pais, temporária ou permanente.
Então, essa é a maior importância da madrinha e também do padrinho e por isso que devem ser pessoas muito próximas e de total confiança dos pais. Hoje em dia os padrinhos não recebem automaticamente a guarda dos seus afilhados menores de idade caso, por exemplos, os pais venham a falecer.
Ainda assim, são eles que estão presentes em todos os momentos importantes, que acompanham o desenvolvimento da criança de perto e estão disponíveis quando os pais precisarem de algum auxílio para cuidarem dos filhos.
10 Funções da madrinha
Não existe um livro de regras para ser madrinha, mas ao ser escolhida, a pessoa sabe que estará assumindo uma grande responsabilidade. Se não puder atender ao pedido e entregar-se a essa nova função na sua vida, deverá ser sincera com os pais e não aceitar o convite. Do contrário, saberá que vai passar a ter funções essenciais na vida dos pais e da criança, como por exemplo:
1. Amar a criança
A madrinha não deve esperar ser chamada pelos pais para estar presente. Ela deve querer participar do desenvolvimento da criança. Ela deve se considerar uma segunda mãe, mas sempre respeitando as vontades dos pais.
2. Colaborar e aconselhar
Quando a madrinha de batismo já é mãe, essa tarefa fica mais fácil, pois ela pode dar conselhos aos seus compadres com base nas experiências vividas. Caso não seja, deve esforçar-se para colaborar com a educação da criança, à medida que os pais lhe permitirem e solicitarem.
3. Estar presente
A madrinha de batismo não tem a obrigação de ver a criança todos os dias, ainda mais nos dias de hoje em que todos têm uma rotina tão agitada e devido à pandemia. Quando a madrinha é bem escolhida, naturalmente ela vai estar presente nos momentos mais importantes para a família e ajudar a fazer com que esses momentos sejam ainda mais especiais.
4. Abrir sua casa para os pais e à criança
Quando os pais precisarem deixar o filho com alguém por conta de um compromisso, é para a casa da madrinha que ele será confiado, sob seus cuidados e seu amor, como se fosse a própria mãe. Mas, os pais devem compreender e respeitar quando a madrinha não puder assumir esse compromisso.
5. Ser boa amiga da criança
A madrinha de batismo não deve se dar bem apenas com os pais. Ela também deve tornar-se uma boa amiga da criança, com quem irá desenvolver um laço de amor e confiança. Isso só vai acontecer com a convivência e a preocupação com a felicidade da criança.
6. Ser um bom exemplo
O compromisso da madrinha de batismo existe mesmo nos momentos em que está longe do afilhado. Ela deve ter consciência de que sua conduta servirá de exemplo para as crianças e também para garantir a confiança dos pais, que são seus amigos tão próximos.
7. Não mimar a criança indo contra as vontades dos pais
A função da madrinha é diferente da dos avós. Eles sim podem dar aquele mimo especial à criança, mas a madrinha precisa manter a compostura e auxiliar na educação da criança, sem mimá-la, ou estará dificultando a tarefa dos pais.
8. Criar um vínculo com todos os irmãos
Não é só ao afilhado que a madrinha de batismo deve dar atenção. Como ela vai conviver com a família, todos os irmãos devem gostar dessa figura e sentirem-se à vontade na presença dela.
9. Ser advogada evitando conflitos
Mimar a criança é diferente de defender os seus direitos e compreender sua perspectiva. Muitas vezes, o afilhado vai recorrer à madrinha para explicar alguma coisa que fez e os pais não estão entendendo. Então, é função dela conversar com os pais para estabelecer a reconciliação da família.
10. Presentear com a presença
Por mais que exista a tradição de dar presentes aos afilhados nas datas especiais, o maior presente que a madrinha de batismo pode dar é a sua presença e o seu amor constantes. Só assim ela será vista pelo afilhado e pelos pais como uma inspiração e fonte de confiança.
Veja também 6 orações para rezar com crianças.
Como escolher a madrinha do seu filho?
Como você viu, a madrinha de batismo precisa cumprir com alguns requisitos muito importantes para assumir esse cargo. Então você deve pensar em escolher uma pessoa que já seja muito próxima da sua rotina, que esteja sempre por perto.
Alguém em quem confiaria de olhos fechados os cuidados com o seu filho. Alguém para quem você abre as portas da sua intimidade e que essa pessoa também permita que você faça parte da vida dela.
Pode ser uma amiga, prima, irmã, sobrinha, quanto a isso não há restrições. Apenas, no sentido das exigências da igreja, precisa ser uma pessoa com mais de 16 anos, batizada também, e que faça o curso de batismo.
O que a igreja exige dos padrinhos?
Tudo o que foi dito acima serve para que os pais reflitam muito bem antes de escolher a madrinha do filho ou da filha e não se arrependerem depois, já que a madrinha de batismo é para sempre, não tem como trocar ou anular o batismo.
A Igreja deixa claro que os pais não devem escolher padrinhos pensando nos presentes e visitas que o filho irá ganhar. Essa não é uma função básica dos padrinhos.
O mais importante é escolher padrinhos que estejam dispostos, como diz o Código de Direito Canônico, “conjuntamente com os pais, apresentar ao batismo a criança a batizar e esforçar-se por que o batizado viva uma vida cristã consentânea com o batismo e cumpra fielmente as obrigações que lhe são inerentes” (Cân. 872).
Os padrinhos devem ser escolhidos com base na lista do cânone 874, parágrafo 1, do Código de Direito Canônico:
1°. Seja designado pelo batizando, por seus pais ou por quem lhes faz às vezes, ou, na falta deles, pelo próprio pároco ou ministro, e tenha aptidão e intenção de cumprir esse encargo;
2°. Tenha completado dezesseis anos de idade, a não ser que outra idade tenha sido determinada pelo Bispo diocesano, ou pareça ao pároco ou ministro que se deva admitir uma exceção por justa causa;
3°. Seja católico, confirmado, já tenha recebido o santíssimo sacramento da Eucaristia e leve uma vida de acordo com a fé e o encargo que vai assumir;
4°. Não tenha sido atingido por nenhuma pena canônica;
5°. Não seja pai ou mãe do batizando.
