Você conhece alguém que sofre muito mais do que o normal no inverno? Pois saiba que isso pode indicar uma doença séria e muito pouco conhecida, o fenômeno de Raynaud. Entenda melhor o que é, seus sinais e quando deve ligar o alerta vermelho.
Fenômeno de Raynaud e o frio exagerado
De acordo com o departamento de reumatologia da Universidade de São Paulo (USP), essa doença é extremamente rara e gera uma resposta totalmente desproporcional ao frio. Ela gera uma constrição nos vasos sanguíneos, resultando em uma menor quantidade de sangue na pele, o que leva a uma falta de oxigenação, deixando-a mais fria e com menor capacidade de resposta à temperatura externa.
As mulheres são mais afetadas por essa condição, que pode se manifestar em duas situações: baixas temperaturas ou uma situação de estresse intenso, independente da temperatura. Pode acontecer, por exemplo, ao sair da piscina, levando no máximo 15 minutos para se manifestar.
Sintomas
Os primeiros sintomas são as extremidades geladas, dada a menor quantidade de sangue que normalmente ocorre nelas. Além disso, o nariz, joelhos, orelhas, rosto ou qualquer parte sem agasalho também pode ficar muito fria. Outros sinais são o formigamento, arroxeamento da pele, além de certa palidez e pele fria.
Diagnóstico
Por ser extremamente rara e de causa menos conhecida, seu diagnóstico pode seguir alguns caminhos, a depender da escolha do médico. Primeiro de tudo, será feito o diagnóstico clínico, no qual se vai investigar o histórico do paciente e sua relação com o frio.
Não existe ainda nenhum exame laboratorial para determinar, mas há outras formas. Investigar como estão os vasos sanguíneos é fundamental, podendo também examinar como estão os capilares da base da unha, através de um exame chamado capilaroscopia.
Tratamento
O tratamento é essencialmente não medicamentoso, aconselhando sempre manter as extremidades aquecidas e evitar o frio. Além disso, deve evitar ou aprender a lidar com o estresse, com a ajuda de um profissional e técnicas avançadas.
É completamente contraindicado o uso de vasoconstritores. Além disso, “o uso de anti-histamínicos, derivados do ergot (tratamento da enxaqueca), narcóticos e alguns quimioterápicos deve ser evitado”, explicam especialistas da USP. Fumar também é prejudicial, assim como o uso de estrógenos, devendo sempre buscar a orientação do seu médico.
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