Cleomar Marques vive em Rondônia e não possui nem mãos e nem pernas. Ela passou por um caso chocante: a servidora responsável pelo seu processo rasurou e descartou o documento que garantiria o auxílio-doença de Cleomar, pois ela não podia assinar.
Benefício do INSS negado
Cleomar atuava como sinaleira antes de ter que parar de trabalhar em dezembro de 2018. Desde então, ela teve três pedidos no INSS recusados em Porto Velho. O motivo de negarem seu benefício é inacreditável: Cleomar não pode assinar o papel. E isso acontece não por falta de vontade, mas porque ela não tem os membros superiores e inferiores.
O Instituto nega ter rejeitado o benefício por esse motivo, mas Cleomar traz informações bem diferentes das levantadas pelo INSS. Ela descreve o momento em que a servidora rejeitou o seu benefício:
“Uma servidora puxou os papéis e perguntou ‘quem vai assinar? Você assina?’. Eu disse que não podia assinar, mas, sim a minha filha ou minha mãe. A mulher olhou e disse ‘então não vale’. Daí, ela pegou, rasurou o papel e jogou fora”.
Ainda em 2019, ela entrou com um pedido de auxílio-doença em março e benefício assistencial à pessoa portadora de deficiência em maio. O pedido obteve uma nota como resposta que recusava disponibilizar o benefício por falta de assinatura.
Cleomar trabalhava até o momento em que sentiu fortes dores e teve que fazer uma operação cirúrgica no hospital, por necrose causada por bactéria nos membros. Ela é auxiliada pela filha, que também precisa do benefício para sustentar a mãe.
Cleomar desabafa: “olha, é um constrangimento para mim tudo isso. Eu trabalhava, tinha minha vida e agora sou dependente dos outros. É a minha filha, única que mora comigo, que faz tudo para mim”. Será que o benefício vai ser finalmente disponibilizado ou irão continuar prejudicando ainda mais a vida dessas mulheres guerreiras?
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