Enquanto o coronavírus ainda está se proliferando rapidamente no Brasil, que já é o segundo país do mundo com maior número de casos confirmados, uma segunda onda de contaminação está afetando a China.
Depois de conseguir controlar o surto, que começou no final de 2019 na Província de Wuhan, epicentro inicial da pandemia, a China pensava estar livre do novo coronavírus. Mas, parece que ainda há muito o que estudar sobre o vírus.
Agora, a região nordeste do país, nas Províncias de Heilongjiang e Jilin, estão registrando novos casos de transmissão comunitária. Por conta disso, novamente as medidas de isolamento social estão sendo decretadas, ainda que os números de casos sejam baixos com relação ao que era no início de tudo.
No momento, além da preocupação com a saúde da população de forma inesperada, os médicos e cientistas também precisam estudar sobre uma possível mutação do SARS-CoV-2. Os médicos estão percebendo que as pessoas infectadas apresentam alguns sintomas diferentes, e ainda não sabem dizer o motivo.
De acordo com Qiu Haibo, um dos principais médicos de cuidados intensivos da China que ajudou no surto de Wuhan e agora atua no nordeste do país, existe a possibilidade de o vírus estar mais do que duas semanas encubado no organismo até começar a apresentar sintomas. Além disso, os pacientes estão demorando mais para testarem negativo e serem considerados curados.
Quanto aos sintomas, no surto anterior em Wuhan muitos pacientes eram afetados nos rins, intestinos e coração. Mas, agora, os sintomas estão mais focados em danos pulmonares, e mais severos.
Porém, também notou-se que menos pacientes chegam a ficar em estado grave, precisando ser entubados. Mas aqueles que chegam, sofrem mais.
Antes, a febre estava entre os sintomas principais, mas nestes casos atuais não há a mesma incidência. Tosse e mal estar geral continuam sendo presentes.
Mesmo com essas novas percepções, ainda não se pode confirmar que o mesmo vírus sofreu uma mutação, pois nem sempre uma mutação representa esse tipo de alterações. Pode ser que essas novas características já existiam antes, mas tudo aconteceu tão rápido, e as equipes médicas estavam tão focadas em salvar vidas, que não puderam fazer um acompanhamento mais aprofundado dos casos confirmados.
Ou seja, é possível que, mesmo antes, no início da pandemia, as pessoas já estivessem com o vírus encubado no organismo há mais de duas semanas antes de apresentarem sintomas, mas como ninguém sabia da existência do vírus, não foram feitos esses tipos de testes.
Um dos testes que os cientistas já fizeram foi o genético que identifica possíveis mutações do novo coronavírus. Já se sabe que os primeiros casos registrados no Brasil vieram da Europa, pois o vírus já tinha passado por uma mutação ao imigrar da China para a Itália e a Alemanha.
Agora, eles desconfiam que essa segunda onda de contaminação com sintomas diferentes tenha vindo da Rússia, que está em terceiro lugar no ranking de países com maior número de infectados.
Em todo caso, ainda não se pode afirmar sobre a mutação do vírus, nem se ele está mesmo mais perigoso ou se agora os médicos e cientistas estão tendo mais tempo para observar o comportamento do patógeno e percebendo como ele já agia antes.
Nenhum estudo sobre essa segunda onda de contaminação foi publicado nem revisado, portanto, essa informação é apenas uma forma de alertar que a pandemia ainda não terminou e que o vírus age de formas muito variadas em cada pessoa. Portanto, é preciso continuar tomando todos os cuidados recomendados para prevenir a infecção e a transmissão.
Como se proteger do coronavírus?
Nunca é demais relembrar o que se deve fazer no dia a dia para proteger a si e aos outros. Veja quais são as recomendações oficiais do Ministério da Saúde:
- Lave com frequência as mãos até a altura dos punhos, com água e sabão, ou então higienize com álcool em gel 70%.
- Ao tossir ou espirrar, cubra nariz e boca com lenço ou com o braço, e não com as mãos.
- Evite tocar olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
- Ao tocar, lave sempre as mãos como já indicado.
- Mantenha uma distância mínima de cerca de 2 metros de qualquer pessoa tossindo ou espirrando.
- Evite abraços, beijos e apertos de mãos. Adote um comportamento amigável sem contato físico, mas sempre com um sorriso no rosto.
- Higienize com frequência o celular e os brinquedos das crianças.
- Não compartilhe objetos de uso pessoal, como talheres, toalhas, pratos e copos.
- Mantenha os ambientes limpos e bem ventilados.
- Evite circulação desnecessária nas ruas, estádios, teatros, shoppings, shows, cinemas e igrejas. Se puder, fique em casa.
- Se estiver doente, evite contato físico com outras pessoas, principalmente idosos e doentes crônicos, e fique em casa até melhorar.
- Durma bem e tenha uma alimentação saudável.
- Utilize máscaras caseiras ou artesanais feitas de tecido em situações de saída de sua residência.
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Fonte: Super Interessante