Um engenheiro naval americano e sua esposa tentaram ganhar dinheiro expondo segredos militares dos Estados Unidos, e não tiveram sorte.
Em posse de documentos privados com detalhes da tecnologia de ponta dos reatores nucleares da frota de submarinos do país norte-americano, Jonathan e Diana Toebbe decidiram oferecer o valioso conteúdo a outros governos, e escolheram o Brasil como possível comprador ideal.
Jonathan trabalhou por anos na Marinha dos EUA, baseado em Washington, e ofereceu à agência de inteligência militar do Brasil cerca de 11 mil páginas com dados estratégicos confidenciais.
Em mensagens trocadas entre o casal e divulgadas no julgamento, eles descartam vender os documentos à Rússia e à China por razões morais, já que são oponentes diretos dos EUA, e optam pelo Brasil por considerá-lo rico o suficiente, amigável aos Estados Unidos e conhecidamente necessitado da tecnologia descrita nos arquivos.
Eles enviaram uma carta com a proposta a agentes brasileiros em abril de 2020 e, imediatamente, as autoridades nacionais a repassaram ao FBI. Para reunir provas, um agente federal americano fingiu ser oficial brasileiro e passou a negociar com o casal, em dezembro de 2020.
Jonathan se comprometeu a dar assistência técnica ao programa de submarinos nucleares do Brasil e recebeu como pagamento US$ 100 mil (R$ 510 mil). Os arquivos eram entregues de forma a não levantar suspeitas, e um cartão de memória chegou a ser escondido num sanduíche de pasta de amendoim.
Moradores de Maryland, os Toebbe foram finalmente presos em outubro de 2021 e se declararam culpados do crime de espionagem. Jonathan pode pegar 17 anos e meio de prisão e Diana, três.
O FBI ainda não recuperou os US$ 100 mil pagos ao casal durante a farsa. O Brasil pretende lançar seu primeiro submarino movido a energia nuclear em 2029, sem segredos roubados de outros países.
Veja também: O Relógio do Juízo Final alerta sobre as ameaças à civilização