Não é brincadeira e nem compilação de comentários maldosos das redes sociais. A Rússia quer flexibilizar a lei que pune quem praticar a violência doméstica.
O projeto prevê que esse tipo de violência poderia ocorrer uma vez por ano. Não é mentira. Uma vez por ano as crianças, mulheres e idosos poderiam ser alvo de agressões que resultassem em arranhões ou hematomas.
Uma nova agressão só poderia ocorrer após o período de 12 meses a partir da primeira. Podem ser agredidos os filhos, os idosos e as mulheres. Se houver mais de um evento, a vítima terá que provar diante de um tribunal.
Ou seja, a vítima precisa provar que foi agredida e terá que liderar a investigação sobre isso para poder se defender. Se ficar provado, o agressor pode ser punido. O projeto de lei já foi aprovado pelos parlamentares russos.
As instituições que lidam com a defesa das vítimas de violência doméstica não escondem a preocupação com a flexibilização da lei. Hoje, a Rússia é um dos países que mais mata mulheres vítimas de violência de gênero. Morre uma a cada 40 minutos.
Autorizar com a segurança da lei que pessoas podem ser agredidas não é só insano, é criminoso. É garantir agressões físicas e psicológicas e instaurar um caos social sem precedentes.
Mesmo com uma lei que coíbe as agressões, a média de mortes de mulheres na Rússia é uma das mais elevadas do mundo, e chegam a quase 14 mil todos os anos.