O apresentador Marcos Mion costuma falar abertamente sobre o autismo do seu filho mais velho, Romeo. Assim, ele consegue ajudar especialmente aos pais de autistas, pois a troca de informações é essencial na busca pelo tratamento ideal a cada criança.
Romeo é um menino muito alegre, se comunica naturalmente com a família, e os pais não se cansam de dizer que se emocionam com ele todos os dias.
Mas o que Romeo ainda não conseguia fazer era olhar fixamente nos olhos das pessoas. Porém, esse dia chegou. Finalmente Romeo olhou nos olhos do pai durante um tempo, e foi uma grande vitória.
Por que autistas não fazem contato visual?
Uma das características mais perceptíveis de uma pessoa com Transtorno do Espectro Autista, dependendo o nível, é não ser capaz de fazer contato visual. Eles simplesmente desviam o olhar.
De acordo com o médico pediatra e neurologista infantil, Clay Brites, que também é um dos idealizadores do Instituto NeuroSaber, existem dois motivos para isso.
“A criança, o jovem autista, tem uma dificuldade de percepção das formas regulares e naturais da face. A face humana, para o paciente com autismo, gera, muitas vezes, um incômodo muito grande, uma dificuldade de compreensão, de manutenção por incômodo de percepção. Além disso, as áreas do cérebro responsáveis pela empatia voltada para o contato visual também são deficitárias, então esse paciente não sente necessidade de olhar nos olhos”.
Portanto, o fato de Romeo ter conseguido fazer esse contato visual prolongado com o pai significa um grande avanço nos tratamentos que ele têm feito desde pequeno, e serve também como um incentivo para os pais de crianças e jovens autistas nunca desistirem de seus filhos, mesmo quando a evolução parecer tão distante.