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Primeiro remédio para apneia do sono tem bons resultados em estudo

A apneia do sono faz a pessoa acordar diversas vezes durante a noite por não conseguir respirar

Imagem: Freepik

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Quem sofre com a apneia do sono não consegue ter noites de descanso tranquilas e reparadoras. Por não dormirem bem, essas pessoas passam o dia com menos energia e disposição.

O tratamento atual para esse distúrbio é um conjunto de mudanças e melhorias no estilo de vida, incluindo o uso de alguns aparelhos e até cirurgia, dependendo da causa da apneia.

Mas, agora, estamos aguardando a chegada do primeiro remédio para apneia do sono ao mercado. Por enquanto, o medicamento está em fase de testes e está mostrando bons resultados.

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Como funciona o remédio para apneia?

Pesquisadores da Universidade de Gothenburg, na Suécia, publicaram na revista científica American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine os resultados de um estudo clínico que demonstrou a eficácia de um medicamento para reduzir em até 41% as paradas na respiração durante a noite.

Antes de saber como o medicamento funciona é bom relembrar que a apneia se mostra presente através de roncos e interrupção na respiração durante o sono.

Para ser caracterizado como apneia, os ruídos e a respiração interrompida, seguida por engasgos, devem ocorrer no mínimo 5 vezes por minuto. Basicamente, há dois tipos:

  • Apneia obstrutiva: ocorre quando o ar para de circular pelas vias aéreas porque foi bloqueado pelo relaxamento dos músculos da garganta.
  • Apneia central: ocorre quando o cérebro deixa de enviar o sinal para o corpo respirar, então o indivíduo simplesmente não realiza esta função normalmente.

A apneia do sono também pode acontecer em crianças que possuem problemas como aumento das adenoides (glândulas do nariz) ou amígdalas.

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O remédio testado foi o sultiame, um inibidor de uma enzima chamada anidrase carbônica, que atua mantendo o equilíbrio entre o ácido carbônico e o dióxido de carbono no organismo.

Essa enzima foi ligada, em estudos anteriores, à modificação de um mecanismo respiratório no corpo que provoca as pausas durante o sono – principal característica da apneia.

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Como foi feito o estudo

A partir desses achados anteriores, os pesquisadores decidiram utilizar a anidrase carbônica como um potencial alvo terapêutico.

O novo estudo foi um ensaio clínico randomizado duplo-cego, ou seja, os 59 participantes foram separados em três grupos. Destes, dois receberam o remédio e um recebeu um placebo, para que os resultados fossem comparados.

Entre os participantes que receberam o inibidor da anidrase carbônica, para metade foi administrada uma dose de 400 mg e, para a outra parte, uma dose menor de 200 mg. O estudo durou quatro semanas.

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Resultados: o efeito do medicamento para apneia

Ao fim do período de quatro semanas, os pesquisadores analisaram os resultados. O medicamento reduziu em 41% os eventos de obstruções respiratórias durante a noite no grupo de 400 mg, e em 32,1% no grupo com a dosagem menor, de 200 mg.

Para comparação, os participantes que receberam o placebo tiveram uma diminuição de apenas 5,4% – que não foi ligada ao remédio.

De acordo com o professor de medicina pulmonar e autor do estudo, Jan Hedner, “entre os pacientes que receberam a maior dosagem do medicamento, o número de pausas respiratórias diminuiu em aproximadamente 20 por hora. Para pouco mais de um terço dos pacientes no estudo, apenas metade de suas pausas respiratórias foram deixadas. Em um de cada cinco, o número caiu pelo menos 60%”.

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No caminho certo, mas são necessários mais estudos

Embora a eficácia não tenha sido tão alta para todos os grupos, os pesquisadores ressaltaram, em comunicado, que “os resultados do estudo, juntamente com os dados de segurança estabelecidos do medicamento sultiame, fornecem suporte para pesquisas contínuas sobre a inibição por anidrase carbônica como um novo tratamento potencial para a apneia obstrutiva do sono”.

Fonte: O Globo

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