Em qualquer bula de medicamento em comprido ou cápsula está escrito que a ingestão deve ser feita junto com um copo cheio de água. Nunca vai estar escrito para tomar o remédio com café, chá, suco, leite ou refrigerante. Com bebida alcoólica, muito menos.
Mas também não está escrito que não pode. Essa é uma questão que divide a comunidade médica. Conforme explica o Dr. Alfredo Salim Helito, clínico geral e médico de família do Hospital Sírio-Libanês, não consta na literatura médica que a interação de medicamentos com outros líquidos além da água (exceto alcoólicos), comprometa a eficácia do remédio ou cause efeitos colaterais.
Por outro lado, muitos médicos defendem que existe sim a possibilidade de certos medicamentos interagirem com substâncias específicas dessas outras bebidas, podendo cortar o efeito da medicação.
Um exemplo citado são os antibióticos com tetracilinas e ciprofloxina. O cálcio do leite pode reduzir a eficácia dessas substâncias. No caso dos chás, o problema é a substância tanino, enquanto a cafeína pode deixar a pessoa com ansiedade ou palpitações por se tratar de um estimulante potencializado pela medicação.
Então, em resumo, não vale a pena arriscar. O ideal mesmo é sempre pegar um copo de 200 ml de água e ir bebendo aos poucos depois de ingerir o remédio. A função da água é ajudar o remédio a descer sem ficar preso ou causar irritação nas mucosas pelo caminho.
Apenas se não tiver opção de um copo de água tratada, e estiver na hora de tomar o remédio, é que pode abrir uma exceção e tomar outra coisa, desde que não seja bebida alcoólica.
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