O ator Raul Gazolla está com 65 anos e tem nada menos do que 4 infartos em seu histórico de saúde. Todos os infartos aconteceram nos últimos 11 anos, sendo o primeiro quando ele estava com 54 anos.
Em um bate-papo com sua filha no Instagram, o ator comentou sobre como essa primeira experiência assustadora marcou sua vida:
“Quase morri no aeroporto. O médico falou que eu podia ter morrido se eu pegasse aquele avião. Não ia dar tempo de eu chegar. Se eu pego o avião, eu ia enfartar dentro do avião e não tinha tempo de ser socorrido e ia falecer. Aí eu falei: ‘peraí. Eu ia morrer e não morri? Ah, mas essa terra vai ficar pequena para mim (risos). Aí eu comecei a dar muito mais valor às coisas. As pessoas que enfartam ficam muito deprimidas, porque elas acham que a vida delas acabou. Se eu posso, aos 65 anos, ser um cara saudável, ativo, serei”.
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O que mais chamou a atenção dos médicos foi que Raul levava um estilo de vida saudável desde sempre. Ele começou a treinar jiu jitsu aos 36 anos e chegou a ser campeão mundial aos 47 anos. Então, se ele era uma pessoa saudável, por que enfartou? E ainda, como isso aconteceu 4 vezes e ele sobreviveu a todas?
O principal fator de risco
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Conforme explicou o neurocirurgião Fernando Gomes, em uma entrevista ao Novo Dia, da CNN, existem alguns fatores de risco bem conhecidos para que uma pessoa tenha infarto. Esses fatores são sedentarismo, alimentação desregrada, tabagismo, idade avançada e pressão alta.
Porém, não era o caso do ator. Então, entra aí um outro fator de risco que é a influência genética. Na busca por um motivo para seus infartos, Raul descobriu que todos os seus tios por parte de pai morreram por causa de problemas do coração.
Então, o médico esclareceu que, se Raul não tivesse o estilo de vida saudável e ativo que tem, o primeiro infarto poderia tê-lo levado à morte, de forma mais grave. Ou seja, apesar da herança genética, ele foi salvo graças à pratica de esportes e alimentação saudável.
Outros fatores de risco
Entretanto, os demais infartos depois do primeiro talvez tivessem sido evitados se Raul soubesse que precisava reduzir o ritmo dos treinos. Não se pode praticar atividade física tão intensa quando há risco de problema cardíaco. No caso do ator, ele deveria ter baixado os treinos para, no máximo, 180 batimentos cardíacos por minuto.
E existem ainda outros dois fatores que podem ter influenciado essa quantidade de infartos. Antes de começar a treinar, quando ainda era mais jovem, Raul Gazolla era casado com a atriz Daniella Perez, que em 1992 foi brutalmente assassinada. Esse episódio gerou um grande estresse na vida do ator ao longo dos anos seguintes.
O segundo fator é que, depois do primeiro infarto, Raul passou a tomar remédios para o coração. Mas, em um determinado momento, ele parou com as medicações por conta própria, pois achou que bastaria continuar praticando atividade física e se alimentando de forma saudável. Esse foi um grande erro, pois a falta dos medicamentos causou desequilíbrio no seu sistema cardíaco, aumentando o risco de outro enfarto, já que ele tem predisposição genética.
Um coração fortalecido
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Raul já nasceu com predisposição genética para problemas cardíacos, teve um grande período de estresse em sua vida, parou de tomar medicação por conta própria e fez atividade física mais intensa do que deveria. Todos esses fatores o levaram a 4 infartos. Mas o que fez ele sobreviver?
Como explicou o médico na entrevista para a CNN, apesar de Raul ter feito atividade física mais intensa do que deveria, ainda assim o estilo de vida saudável o protegeu. Acontece que todos esses anos praticando esportes fortaleceram seu coração.
É possível que ele tenha desenvolvido circulação colateral nas artérias do coração, que é quando vários novos pequenos vasos sanguíneos vão se formando ao longo do tempo, especialmente em pessoas com mais de 50 anos que praticam atividade física regular.
Assim, quando um vaso sanguíneo teve problemas para levar sangue ao coração durante um infarto, essa circulação colateral fez o serviço, levando o sangue necessário para que o coração continuasse funcionando. E, claro, como seu coração sempre foi saudável, conseguiu se recuperar mais rapidamente de cada infarto.
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