Imigrantes negros que vivem na Ucrânia estão sofrendo não apenas com os ataques russos, mas também com o racismo. Inúmeros relatos encontrados nas redes sociais descrevem situações de discriminação racial e segregação em trens, ônibus e fronteiras. Os desabafos dos negros que tentam deixar o país são encontrados na hashtag #AfricansinUkraine.
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Um estudante nigeriano compartilhou que, nas estações de trem de Kiev, capital da Ucrânia e alvo principal dos russos, as vagas são cedidas primeiro a crianças, mulheres, depois homens brancos e só o que sobra disso às pessoas de origem africana.
Segundo ele, mulheres africanas foram empurradas para dentro dos vagões ou do contrário seriam deixadas para trás. Chegando na fronteira com a Polônia, o tratamento não melhorou. A travessia dos ucranianos é liberada e a dos negros não, obrigando-os a permanecerem ao relento, no frio do inverno europeu.
Governos de países como Nigéria e Jamaica têm recebido denúncias de seus cidadãos, submetidos a terríveis constrangimentos. Uma estudante negra do Reino Unido afirmou que o controle de saída da Ucrânia priorizava primeiro os ucranianos, depois indianos e por último os africanos negros.
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O jogador de futsal brasileiro Moreno Santiago também foi vítima de racismo e xenofobia num trem, antes de finalmente conseguir deixar o país de carro. O primeiro desafio é conseguir embarcar nos trens e ônibus e, mesmo quando isso acontece, com frequência os negros acabam expulsos antes do fim da viagem rumo à paz.
Dezenas de milhares de estudantes africanos vivem na Ucrânia, oriundos especialmente do Marrocos, da Nigéria e do Egito. A Costa do Marfim tem cerca de 500 cidadãos no país e o Quênia, 200. Pouco mais de 100 brasileiros também permanecem no país em guerra, esperando alguma ação de resgate do Ministério das Relações Exteriores.
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Artigo com informações da Folha de São Paulo.
