Num domingo, a cliente de uma lanchonete em Goiânia fez um pedido para delivery. Quando o entregador chegou na entrada do condomínio de luxo em que ela mora, a mulher não quis receber o pedido porque o profissional era negro.
Ela entrou em contato com a lanchonete via aplicativo dizendo que “esse preto não vai entrar no meu condomínio”, e disse que deveriam mandar outro motoboy que fosse branco, pois ela não iria permitir “esse macaco”.
Diante dessa situação absurda, a gerente Ana Carolina Gomes, que recebeu as mensagens da cliente, se recusou a atender o pedido da mulher, pois ela estava cometendo um crime de racismo e isso não seria tolerado.
A gerente avisou à mulher que o pedido não seria entregue, e recebeu uma resposta tão ignorante quanto as falas anteriores: “Adeus. Não uso restaurante judaico”.
Resposta do iFood
A mulher que cometeu o crime de racismo havia feito o pedido pelo iFood. Então, a empresa buscou pela identificação da mesma e disse que a baniu da plataforma imediatamente.
Em nota divulgada, o iFood falou sobre sua política em casos como esse: “Ao receber qualquer tipo de relato como este, o iFood apura as ocorrências e, quando comprovado o descumprimento dos termos e condições de uso, desativa o cadastro dos envolvidos […] A empresa presta solidariedade ao entregador e está em contato para oferecer apoio psicológico”.
O iFood ainda orientou a lanchonete a registrar um boletim de ocorrência, e assim foi feito, como informado pelo proprietário da lanchonete, Éder Leandro Rocha, que filmou a conversa no aplicativo para que tivessem provas, e resolveu divulgar o caso porque acredita que atos como esse não podem ficar impunes.
“Foi a primeira vez que teve um caso assim. No início, achamos que pudesse ser um trote. Nós ficamos muito sem reação, sem saber como falar para nosso entregador na porta o que tinha acontecido. Mas a gente acabou tendo que contar. Ele [o entregador] ficou o resto da noite triste”, disse o dono do estabelecimento.
Reportagem: G1