Professor é premiado por recuperar escola dominada por traficantes
Crédito: Reprodução

Professor é premiado por recuperar escola dominada por traficantes

A mudança é simplesmente inacreditável!

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Parece coisa de filme hollywoodiano, mas aconteceu na vida real. Ainda mais incrível: no Brasil. Conheça a história desse professor, que junto com toda a comunidade, conseguiu transformar uma escola que estava em ruínas, sem o apoio do poder público.

A mudança que vem de dentro

Muitas das escolas públicas no país estão sucateadas e sem a menor condição de formar pessoas, mas, infelizmente, é com o que elas podem contar. Sem esperar nada da esfera pública, um professor decidiu que faria a diferença. Ele ia mudar a situação da sua escola, contando somente com o apoio da comunidade local.

Como era antes

As paredes estavam todas manchadas e estragadas, sem vasos sanitários nos banheiros, que ainda assim eram utilizados e viviam imundos, mesas e cadeiras depredadas, vidros quebrados e áreas com marcas de incêndio. Essa era a situação da escola municipal Darcy Ribeiro, localizada em São José do Rio Preto, SP.

Além disso, traficantes dominavam o local e aterrorizavam os alunos, usando inclusive o muro da escola como ponto de entrega e coleta de drogas. Eles simplesmente usavam os buracos do muro para colocar a droga para que outros buscassem.

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O professor Diego Lima afirma que, quando entrou na escola, os alunos tinham vergonha de estar lá, até mesmo raiva. Isso acabava incitando o mau comportamento e até mesmo vandalismo. Eles não se sentiam acolhidos, cuidados e nem recebendo qualquer apoio. Mas ele viu uma forma de começar a mudar as coisas.

Primeiros passos

antes e depois escola professor
Crédito: Divulgação

Para começar a fazer a mudança, o professor Diego aplicou muitos questionários, seja com os alunos, seus pais e a comunidade local. Viu então que a primeira coisa a fazer era mudar a estrutura da escola, para que ficasse mais amigável. Mas como, sem dinheiro ou apoio da prefeitura?

Ele então listou cada escola que estava em reforma e foi em cada uma. Lá, ele pedia por materiais de construção que estavam sobrando, para poder ele mesmo arrumar a sua. Claro que tentou também a prefeitura, que “ajudou” com dois pintores e só. Nesse mesmo ano, ao invés de mandar bilhetes, ele colocou um carro de som para chamar os pais para buscarem o material escolar.

Ao chegar na escola, uma das alunas não conteve a emoção ao ver as poucas salas que puderam reformar. Ela abraçou a inspetora e agradeceu muito, extremamente sensibilizada. E foi assim que a funcionária decidiu que, se a prefeitura não ajuda, ela o faria. Arregaçou as mangas e também começou a pintar a escola. Foi o suficiente para uma grande mudança.

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União e trabalho

Outros funcionários também começaram a ajudar na reforma, alguns com doações de materiais e outros ajudando a pintar e construir. Aos poucos, pais e mães de alunos souberam da mobilização e começaram a participar também, assim como a comunidade local. Uma coisa linda, digna de reconhecimento.

Foi então que, no primeiro dia de aula, não só toda a escola estava reformada, como tinha mesas e cadeiras para todo mundo e até mesmo banheiros funcionando! Mas faltava algo fundamental: conscientizar os alunos do ato de amor que foi realizado ali e como aquela era realmente a casa de toda a comunidade.

Alunos fazem parte

Dessa forma, ao entrar pelo portão novinho, os alunos foram recebidos pelos pais, funcionários e pessoas da comunidade, tendo um vídeo projetado em um telão, com todos eles participando das obras. Isso foi fundamental para que eles pudessem entender o quão especial foi aquela transformação.

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Além disso, nos primeiros dias, ninguém teve aula e sim grandes rodas de conversa, onde — em conjunto — foram criadas as normas de convivência e um novo regimento para o colégio. Ou seja, é a casa de todos e cada um tem que fazer a sua parte para cumprir as regras criadas por eles.

Resultado

antes e depois escola
Crédito: Divulgação

Além de alunos felizes e satisfeitos, orgulhosos por fazerem parte de uma comunidade tão acolhedora, eles também fizeram a sua parte. Antes do processo, eram 60 suspensões por dia e no final do último ano, 1.100 abandonos da escola.

Agora não há mais suspensões, sendo os casos disciplinares resolvidos com muito diálogo e outras medidas. Também a quantidade de abandonos caiu radicalmente, sendo somente 2 no primeiro ano depois da reforma.

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Quer algo ainda melhor? O lugar dominado pelos traficantes é hoje um jardim, onde os alunos aproveitam durante os dias de semana e a comunidade usa nos sábados e domingos, com eventos culturais realizados pelos próprios moradores.

Também o esforço do professor Diego foi reconhecido, recebendo o Prêmio Educador Nota 10, podendo também ser escolhido Educador do Ano. Também ficou entre os finalistas do Global Teacher Prize 2018, sendo uma grande honra, porém nada comparado à realidade que ele ajudou a transformar, que vale mais do que qualquer medalha.

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