primeiro homem a vencer a Aids
Crédito: Flirck Griffin Boyce

Conheça o primeiro homem a vencer a AIDS e como tudo aconteceu

O primeiro homem a vencer a AIDS está livre do vírus desde 2006 e conta como foi o complicado processo de cura

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Centrado e prático nas suas ações diárias, Timothy Ray Brown é o primeiro homem a vencer a AIDS, ou seja, que conseguiu ficar livre definitivamente do vírus HIV, causador dessa doença. Sua história é intrigante e traz esperança a milhares de pessoas que sofrem com a doença no mundo.

De acordo com o Ministério da Saúde, em 2017 houve um decréscimo de 15,7% na quantidade de novos casos da doença, com relação ao ano anterior, sendo quase 80 mil novos pacientes com HIV/AIDS no Brasil. Se essa cura for estudada mais a fundo e padronizada, muitas vidas podem ser salvas, podendo inclusive chegar ao fim da doença.

Para entender como se deu a cura de Brown, é preciso entender como o vírus age no corpo: o HIV usa uma proteína para se aderir a um tipo específico de célula do sistema imunológico. Ao adoecer, começa a se dividir e multiplicar o vírus. Essas células infectadas passam a ter um mal funcionamento, deixando o corpo propenso a contaminação de doenças diversas, dada a baixa imunidade.

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O coquetel de medicamentos utilizado para o tratamento impede parcialmente essa adesão, mas não é 100% eficaz. Ainda pode acarretar em efeitos colaterais, que reduzem consideravelmente a qualidade de vida do paciente. Além disso, ela continua sendo transmitida sexualmente ou através do contato com o sangue infectado. Isso pelo vírus estar contido, porém ativo.

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No caso de Brown, o vírus não resistiu, pois não tinha mais um ambiente propício para a multiplicação ou até mesmo sobrevivência, sendo 100% eliminado do corpo dele. Entenda melhor como isso aconteceu e o doloroso processo pelo qual ele teve que passar. Entretanto, uma grande vitória, não somente para ele, mas para a ciência.

Cura do HIV: primeiro homem a vencer a AIDS

primeiro homem a vencer a Aids
Crédito: Bandwidth Blog

Timothy Ray Brown ficou livre da AIDS em 2006 e nunca mais apresentou traços da doença. Natural de Seattle, Washington, ele ficou conhecido como “o paciente de Berlim”, por que seu caso ocorreu nessa cidade. Ele confessa que não gosta do título, resolvendo assim sair do anonimato e contar sua história para o mundo.

Homem prático, lidando de forma racional com a vida e posteriormente com a infecção pelo vírus HIV, Brown disse que o processo foi doloroso e que, no seu momento mais frágil – tanto física quanto psicologicamente -, quase enlouqueceu. O tratamento o deixou sem anticorpos e totalmente vulnerável, fazendo daqueles dias, os mais difíceis da sua vida.

Tudo começou quando Brown descobriu que, além de AIDS, ele estava com câncer. Duas doenças consideradas graves, mas ele soube lidar tranquilamente com ambas. Sua leucemia foi tratada, sem muitos resultados positivos, restando-lhe pouca esperança de sobrevivência, também dada a fragilidade do seu sistema imunológico.

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Já desenganado, a equipe médica sugeriu que se fizesse um transplante de medula, comum em casos de leucemia, porém com um diferencial, visava tratar também a AIDS. Lembra que o vírus precisa de uma proteína específica para poder se fixar na célula e se multiplicar? Pois existem pessoas que têm mutações e não produzem essa proteína!

A procura de um doador compatível

primeiro homem a vencer a Aids
Crédito: Yousense

Então, a missão foi encontrar um doador de medula compatível e que tivesse essa anomalia rara, tratando assim a leucemia e também a AIDS. Depois de muita pesquisa em bancos de dados, encontraram um possível doador, que aceitou fazer o transplante. Foi então que se realizou o primeiro transplante de medula de Brown, acabando somente com a AIDS, mas não a leucemia.

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Foi uma vitória para a equipe médica, porém a vida dele ainda estava em risco, sendo sugerido um segundo transplante. Fraco, na cama do hospital, Brown confessou que se sentiu muito vulnerável e sem esperanças, chegando a quase enlouquecer. Foram momentos de alegria e dor, medo e muita incerteza. Mas a vitória veio e hoje, com 53 anos, está livre do câncer, sendo o primeiro homem a vencer a AIDS.

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Todo o processo foi documentado e discutido em um artigo científico, publicado na New England Journal of Medicine, sendo enfim reconhecida a cura da AIDS. Isso através do transplante de medula colhida de doadores com alterações genéticas que impedem a produção exatamente da proteína necessária para a sobrevivência e multiplicação do HIV.

É um primeiro passo gigante em direção à cura da doença e, quem sabe, extinção do vírus, seja através de tratamento ou de uma vacina realmente eficaz, que não seja susceptível a mutações. Novos estudos estão sendo feitos em todo o mundo e espera-se que sejam apresentadas inovações em breve.

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