Ao longo da gestação, muitos são os preparativos e dúvidas dos pais. Mas tudo isso precede o momento mais esperado que é o nascimento do bebê. Até aí os pais têm ideia do que esperar, mas nem sempre se prepararam para os acontecimentos do pós-parto que envolvem a transformação completa do estilo de vida da família, em especial quando é o primeiro filho.
Como passar pelo puerpério
O puerpério é a mesma coisa que pós-parto. Esse período traz acontecimentos fantásticos de muito aprendizado aos pais, mas também traz sentimentos e situações mais difíceis de lidar. Veja quais são e prepare-se para lidar com eles da melhor forma ou para preveni-los.
1. Cansaço excessivo
O nascimento do bebê exige muito esforço. Assim, seja qual for o tipo de parto escolhido, é certo que irá despender de muita energia e a mãe não terá o devido tempo para se recuperar, seja pelas noites em claro, o ritmo do seu filho ou até a pressão psicológica por ter sob sua responsabilidade um ser tão frágil. Tudo pelo que passar, irá criar desgaste. Então, a dica para as mamães é que não precisam enfrentar tudo sozinhas. Elas podem e devem pedir ajuda a quem estiver por perto.
2. Baby blues
O baby blues está ligado àquela sutil tristeza ou falta de apoio que muitas mulheres sente logo após o nascimento do seu bebê. Normalmente, é um turbilhão entre receios e inseguranças, acentuados pela redução hormonal registrada no puerpério.
Esse período pode levar até um mês para passar e apresenta sintomas mais leves do que na depressão pós-parto. Se a mãe estiver com dificuldade de lidar com seus sentimentos nessa fase, deve buscar apoio psicológico.
3. Depressão pós-parto masculina
Não são só as mulheres que têm essa depressão. O nascimento do bebê provoca uma transformação da mamãe, agora focada no seu filho, mas também afeta o pai que acaba ficando em segundo plano por alguns momentos. Se o pai não sentir capacidade de ajudar ou contribuir de forma construtiva, ele poderá sofrer com a depressão pós-parto masculina.
Os principais sintomas são a tristeza, cansaço, variações de humor, dificuldades em dormir e até complicações alimentares. O pai pode também perceber uma falta de interesse em hábitos que tinha antes do nascimento do bebê, como o esporte, o sexo, a tv, entre outros, fazendo com que se dedique mais ao trabalho, por exemplo.
Como forma de prevenção, o ideal será que o casal frequente cursos de preparação para futuros novos pais e, depois, os dedicados ao período depois do parto.
4. Um estranho na cama
Após toda a espera, o momento em que a mãe de primeira viagem tem seu filho nos braços acaba por ser estranho. No bom sentido, mas estranho. Inconscientemente criam-se expectativas, mas que nem sempre correspondem à realidade.
Este ponto é um tabu que poucos comentam, mas a verdade é que a mãe pode estranhar o seu filho. Essa reação pode acontecer mesmo sem que seja diagnosticado o baby blues ou a depressão depois do parto. Trata-se apenas de um período de adaptação. Deve-se buscar auxílio médico, caso perceba que esse estranhamento não está agradável e há outros sintomas negativos com relação ao bebê.
5. Visitas e opiniões
Após o parto, os recém-papais chegam em casa cansados, principalmente a mãe. Desgastada, com dores e, como se não bastasse, ainda tem que encontrar forças para ser anfitriã das visitas.
Tenha calma, é normal que sinta vontade de explodir. Como complemento, ainda vai ouvir as opiniões das pessoas sobre o como criar o seu filho, o famoso “não faça assim”. Não se preocupe com tudo o que lhe é transmitido, não há nenhuma ciência exata para a educação de um filho.
Vocês são os pais, vocês decidem. Caso se sinta desconfortável na presença das visitas e das suas opiniões desconfortantes, seja direta com eles. O seu tempo e o tempo do seu filho estão sempre à frente. Recebam as visitas apenas quando estiver prontos para isso, até porque nas primeiras semanas o bebê está muito sensível e mesmo as pessoas conhecidas podem transmitir doenças.
6. Solidão
Depois da época das visitas, tudo ficará mais calmo. Bem mais calmo. As pessoas deixam de aparecer em casa constantemente, o pai do bebê volta ao trabalho e muitas mulheres se encontram sozinhas.
Sendo o bebê ainda muito pequeno para sair de casa, pode acontecer de a mãe se sentir isolada e até aprisionada. A melhor forma de combater esses sentimentos é criando uma rotina de atividades.
Convide os amigos a visitar a sua casa para um chá, uma boa conversa, umas fotos para as redes sociais. Leia livros, estude sobre assuntos relacionados à maternidade, durma, tenha um hobby nos momentos em que o bebê estiver calmo. Ocupar a mente e manter-se tranquila é a melhor saída.
7. A chegada do leite
Normalmente, o leite surge entre o 3º e o 5º dia após o parto. Até lá, a mamãe apenas produz um líquido bastante rico em anticorpos e gordura. Por ser assim rico é de extrema importância nas primeiras horas de vida do bebê.
Pouco antes da chegada do leite é comum a temperatura do corpo aumentar, até ao máximo de 38 graus. Se, porventura, a febre ultrapassar essa medida, poderá ser indicador de infecção, então esteja sempre com o telefone do médico por perto e não hesite em falar com ele sempre que tiver qualquer dúvida. Ele está preparado para isso.
8. Amamentação
Muitas vezes as mães sofrem com o bico dos seios machucado ou o empedramento do leite e tudo porque o bebê não está fazendo a pega correta no mamilo. É importante que ele abocanhe a aréola por completo, o máximo possível, não apenas o mamilo.
Também é válido oferecer os dois seios de forma alternada para que se mantenham com uma quantidade equilibrada de leite. Caso o volume de leite seja exagerado, a mãe poderá usar bombinha de sucção para retirada do leite e armazená-lo no freezer. Se o bebê não mamar tudo, poderá doar para um banco de leite e ajudar outros bebês.
9. Muita sede
Quando a mãe está amamentando ela deve ter ao seu lado uma garrafa com pelo menos 2 litros de água, pois irá sentir muita sede, é perfeitamente normal. O leite não deixa de ser um líquido que está sendo tirado do corpo e precisa ser reposto na forma de água para que seja produzido mais leite e para manter a mãe hidratada e saudável.
10. Intestino preso
Os pontos, o desconforto, a dor, poderão ser fatores influenciadores do intestino preso depois do parto. Para ajudar a que tudo volte ao normal é importante beber muita água, se alimentar com alimentos ricos em fibras, manter uma alimentação saudável e variada e evitar o sedentarismo. Mesmo em casa, sem nenhum aparelho de academia, a mãe pode praticar atividades físicas que estimulem os movimentos peristálticos intestinais.
11. Permanência do inchaço nos pés
O inchaço nos pés que ocorre ao final da gestação pode demorar até 7 dias a desaparecer, devido à retenção de líquidos e à medicação. Passados esses dias, os antidiuréticos deixarão de fazer efeito, a mãe estará mais relaxada e tudo voltará ao normal. Tenha paciência.
12. Variações urinárias
Todo o tempo em que o bebê passou no seu útero, criou grandes mudanças no posicionamento e comportamento dos órgãos. O peso que transportou era apoiado na bexiga e nos músculos pélvicos. Isso poderá causar tanto incontinência quanto dificuldade em urinar no pós-parto. Mas calma, pouco a pouco, tudo voltará ao normal. Se desejar acelerar a recuperação, os exercícios para o períneo poderão ajudar.
13. Barriga flácida
Um dos maiores medos das mulheres quando o assunto é a estética é sobre como irá ficar a barriga depois que o bebê nascer. A princípio, a barriga demora a desinchar entre 40 a 80 dias. Não esqueça que o útero aumentou de peso e tamanho, em cerca de 11 vezes durante 9 meses.
Não tem que se preocupar, tudo vai voltar ao lugar. Se ao fim de 3 meses a sua barriga ainda estiver flácida é possível que tenha passado pela diástase abdominal. Fortaleça-a com exercícios específicos para o abdômen e verá que voltará rapidamente ao normal. Veja como prevenir e como solucionar a diástase pós-parto.
14. Sangramento
Quando o útero inicia o processo de expulsão dos tecidos e líquidos que protegeram o bebê, fará com que inicie também o sangramento até ao máximo de dois meses. Só deverá se preocupar se o sangramento se mantiver intenso e escuro após o primeiro mês. Se assim for, entre em contacto com o seu médico.
15. Dieta no pós-parto
A mamãe está proibida de fazer dieta restritiva logo após o parto. Isso poderá afetar a produção e qualidade do leite. Além do mais, o ato de amamentar o bebê promove a queima de gorduras. Nessa fase, é mais que suficiente. Só será seguro fazer exercício cerca de 15 dias após o parto, contudo, de forma leve. Beba muita água, alimente-se bem e, com paciência, despeça-se do peso extra.
16. Cólicas
Nos primeiros dias, a cólica corresponde à contração do útero no seu regresso ao tamanho normal. O aleitamento é um processo fundamental no processo por liberar hormônios, auxiliando o processo. Se sentir cólica mais forte quando estiver amamentando não se preocupe, é um ótimo sinal.
17. Febre
É comum acontecer de a mãe ter febre nas primeiras horas do puerpério. Deve-se ficar de olho se está superior a 38 graus, pois nesse caso pode ser um sintoma de infecção. Além disso, a mãe poderá sentir um aumento de temperatura nos seios por causa da produção de leite, mas ele não tem a ver com a febre, é normal.
18. Sexo
Os médicos sugerem um tempo de espera em cerca de 40 dias até o casal voltar a ter relações, no caso de parto normal. Se for cesariana, o tempo poderá aumentar até os 90 dias, devido à cicatrização e incisão no útero. Mesmo assim, é provável que demore mais algum tempo. Tudo dependerá da mulher e de como ela se sente. Além da exaustão e da preocupação com o bebê, tem também a ação da prolactina, um hormônio que poderá diminuir tanto o desejo sexual quanto a lubrificação vaginal.
19. Afrouxamento da vagina após o parto normal
Muitas mães ficam com receio de sofrer um afrouxamento da musculatura do assoalho pélvico após o parto normal, levando à flacidez vaginal. Se o parto for feito da forma correta, não vai acontecer.
Mas caso aconteça, muitas vezes basta realizar exercícios de pompoarismo para que volte ao normal. A mulher já deve treinar esses exercícios durante a gestação, pois eles também servem para ajudar o bebê a nascer.
20. Queda de cabelo no pós-parto
Com tantas mudanças que ocorrem no corpo da mulher durante e após a gestação, é comum que haja uma queda acentuada de cabelo que pode começam somente 2 ou 3 meses depois do parto, perdurando por até seis meses. Se continuar com muita queda depois desse tempo, pode buscar assistência médica para saber se existe outro fator causando o problema.