Prevenir é sempre o melhor remédio, mas às vezes as coisas saem do planejado. Pode ser uma camisinha que estourou ou até mesmo a memória pregando peças e alguns comprimidos esquecidos. Nesses casos, é comum recorrer à pílula do dia seguinte, porém seu uso não pode ser indiscriminado, pois pode trazer problemas para a saúde da mulher, além de perder a eficácia.
Como funciona
A pílula do dia seguinte é um contraceptivo de emergência e, como o nome já diz, só deve ser ingerido em casos extraordinários. Ele pode conter até 20% a mais de hormônios do que um contraceptivo diário e age em duas frente, a depender da época do ciclo menstrual em que é ingerida:
- Se tomada na primeira metade do ciclo, vai retardar a ovulação por vários dias, o que impede que o espermatozóide encontre um óculo para fecundar;
- Já no caso de ser ingerida na segunda metade do ciclo, sua função vai ser alterar a viscosidade do muco cervical para dificultar a passagem dos espermatozóides.
A pílula do dia seguinte não é considerada um remédio abortivo e sua venda é liberada na farmácia, sem restrição de idade. Também não é aconselhável usá-la como método contraceptivo e, sim, como um contraceptivo de emergência.
Como e quando tomar
A quantidade a ser tomada, de acordo com o Ministério da Saúde, é de um comprimido logo após a relação sexual desprotegida e outro depois de 12 horas.
É possível ingeri-lo até 72 horas depois da relação, mas sua eficácia é reduzida. De acordo com o ógão, se tomar nas primeiras 24 horas, a falha é de 0,4%; entre 24 e 48 horas de 1,2% e entre 48 e 72 horas é de 2,7%.
O princípio ativo mais comum e menos prejudicial é o levonorgestrel, que não tem contraindicações. Existe também o método Yuzpe, mas ele não pode ser utilizado com alguns medicamentos, inclusive aqueles para soropositivos, além de apresentarem mais efeitos colaterais.
Se a mulher toma contraceptivos orais, deve parar e recomeçar no próximo ciclo menstrual, utilizando outros métodos contraceptivos nesse período.
Efeitos colaterais
Os principais efeitos colaterais são a desregulação do ciclo menstrual, vômito, náuseas, aumento de oleosidade da pele, perda de sangue fora do ciclo, cefaleia, diarreia, dores no corpo e outros. Por isso deve ser administrada com cautela.
Se utilizada repetidamente, ela vai perdendo a eficácia, podendo, em casos extremos,infertilidade na mulher, gravidez ectópica e perda das trompas.
Mulheres que fumam e bebem com regularidade devem evitar o uso, pois aumenta significativamente o risco de embolia pulmonar e trombose. As que sofrem com insuficiência hepática também devem evitar o uso.
Preço
Você não precisa pagar por ela, se não quiser. Os postos de saúde distribuem gratuitamente o medicamento, sem precisar de requisição médica ou acompanhamento dos pais, se for menor de idade.
Como os postos só abrem durante o dia, a farmácia pode ser a melhor opção. Os preços variam entre R$ 9 e R$ 30.
Lembre-se que quanto mais cedo tomar, maior a eficácia. Além disso, não deve ser usada indiscriminadamente, pois pode prejudicar sua saúde a longo prazo. Por isso, sempre consulte seu ginecologista, logo depois do primeiro incidente, dando o espaço de, no mínimo, um mês para tomar outra.
A pílula do dia seguinte também não evita a contaminação por doenças sexualmente transmissíveis, desde a AIDS, sífilis e outras. A opção mais segura para isso continua sendo a camisinha. Lembre-se que, quanto mais métodos contraceptivos forem combinados, menores as chances de engravidar.
Saiba mais sobre a relação entre a pílula do dia seguinte e a menstruação no vídeo: