Desde o dia 11 de março de 2020, a Organização Mundial da Saúde declarou a nova pandemia de coronavírus. Desde então, Thamires e sua família vêm se cuidando o máximo possível, já que algumas pessoas tinham comorbidades. Porém, isso não impediu que a doença levasse de sua vida, em um curto período de tempo, a mãe, a irmã, alguns tios e até a avó.
Como tudo começou
Thamires da Silva Netto tem apenas 29 anos e está enfrentando uma jornada que ninguém deseja nem para o inimigo. Ela e seus familiares são da Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro e sentiram na pele os efeitos da pandemia. Em um curto espaço de tempo, ela viu sua avó partir, depois três tios, a irmã e até a mãe.
A avó foi internada em abril com sintomas de covid e morreu de insuficiência respiratória, porém o teste rápido deu negativo para a doença. Em outubro, sua tia começou a apresentar os sintomas e o teste deu negativo. Porém, ela fez uma tomografia e o pulmão já estava 50% comprometido pela doença.
Avanço da doença e mais perdas
Foi então que o marido da tia também apresentou os sintomas e foi internado. Eles ficaram no mesmo quarto e, infelizmente, faleceram com a diferença de 10 dias. A mãe de Thamires ficou arrasada com a perda da irmã e, dias depois do enterro, também foi contaminada. Ela vinha se cuidando em casa, mas o contágio provavelmente se deu durante a despedida.
Ela precisou ser internada e foi piorando. No dia em que Thamires levou o pai, também doente, para o hospital, sua mãe faleceu. Felizmente o pai melhorou e teve alta, tempos depois. Porém, a irmã que estava em tratamento domiciliar, não resistiu, assim como outro tio. Para Thamires, isso foi como viver um pesadelo.
Planos cancelados para sempre
Eu me vejo sozinha. Mesmo tendo o apoio de muita gente, eu sinto que perdi minha base. Vai ser muito difícil ficar sem minha mãe e irmã, sem vê-las, sem conversar. A gente tinha até grupo no WhatsApp nós três, e agora só sobrou eu.
Ela se lembra que uma das últimas conversas com a mãe e a irmã no grupo: foi sobre a ceia de Natal. Thamires tinha brincado com a mãe que não abria mão do seu delicioso bacalhau, mas esse ano não ia ter jeito. O que ela pode fazer agora é ser forte e continuar caminhando, cuidando do que sobrou da família, orando para que as pessoas se lembrem que a pandemia ainda não está sob controle.
Com informações de G1