Apesar de a medicina já saber bastante sobre a doença de Parkinson, ainda há muito o que descobrir. Os estudos seguem avançando na tentativa de entender, exatamente, o que causa e como prevenir essa doença que afeta tantas pessoas no mundo.
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Um dos estudos mais recentes, publicado em março de 2022 na revista científica JAMA Neurology, foi realizado por pesquisadores da Universidade Queen Mary, de Londres, no Reino Unido.
Estudo aponta perda auditiva como sintoma de Parkinson
De acordo com os pesquisadores, eles descobriram que a perda auditiva e a epilepsia podem ser sinais precoces para a doença de Parkinson, fatores que até então não eram ligados ao diagnóstico.
O trabalho analisou os dados médicos de mais de um milhão de pessoas para entender como a doença de Parkinson pode se manifestar antes mesmo do aparecimento de sinais mais severos.
Os registros eletrônicos de saúde de mais de um milhão de participantes foram analisados, sendo 1.055 de pacientes com a doença de Parkinson e 1.009.523 de pessoas sem o distúrbio, que foram incluídas a fim de comparação.
Os dados analisados foram de moradores da região leste de Londres, uma área considerada mais diversa possível para que não houvesse a sub-representação de determinados grupos.
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Resultados do estudo
Os pesquisadores levaram um ano para analisar todas as informações, coletadas de 1990 a 2018, e identificaram uma série de sintomas que surgiram até uma década antes dos diagnósticos.
Os mais proeminentes foram os já conhecidos tremores nas mãos, até 10 anos antes, e problemas relacionados à memória, até cinco anos antes.
Só que, o que chamou mais a atenção dos pesquisadores, foram os sintomas inesperados: a alta incidência de casos de perda auditiva e epilepsia em pacientes que futuramente foram diagnosticados com Parkinson.
Em comunicado, a autora principal do estudo, Cristina Simonet, neurologista e doutoranda da Universidade Queen Mary, disse:
“Nossos resultados revelaram novos fatores de risco e sintomas precoces, a epilepsia e a perda auditiva. É importante que os profissionais do atendimento primário de saúde estejam cientes dessas ligações e entendam o quão cedo os sintomas de Parkinson podem aparecer, para que os pacientes possam obter um diagnóstico o quanto antes e os médicos possam agir cedo para ajudar a controlar a condição.”
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Fonte: O Globo