Cálculo renal, também conhecido como pedra nos rins, é uma das complicações médicas mais dolorosas que uma pessoa pode ter. Pequenos cristais são formados nos rins enquanto os órgãos filtram o sangue. Esses cristais, no entanto, podem acabar emperrados no ureter, canal em que a urina é transportada. E é durante a sua eliminação que pode ocorrer a temida dor.
Isso porque nem sempre os cálculos renais são uma experiência dolorosa. Dependendo do tamanho dos cristais, eles são eliminados normalmente na urina sem maiores complicações. O problema é quando esses sólidos são muito grandes e provocam sangramento na urina, além do característico sofrimento. Veja abaixo outros sintomas de pedra nos rins.
Sintomas de pedra nos rins
Os sintomas variam muito de paciente para paciente. Há aqueles que sentem dores extremas, resultado das cólicas renais. As cólicas renais causam dor lombar aguda, com intensidade marcante e que se espalha para a frente do abdômen. Nesses casos, há um ou mais cristais de tamanho considerável presos no sistema urinário.
Há pessoas, contudo, que são assintomáticas e não apresentam quaisquer sintomas. Isso acontece quando as pedras nos rins são muito pequenas, não causando qualquer tipo de dor.
Como já mencionado, outro sintoma associado a esse problema pode ser sangramento na urina. Além das dores, a maioria dos pacientes de assusta muito ao ver sangue quando vai ao banheiro.
Ter maior necessidade de ir ao banheiro, aliás, é outro sintoma que pode aparecer, embora em alguns seja justamente o oposto: há diminuição do fluxo urinário. O paciente pode apresentar náuseas, tonturas e vômitos, além de febre e infecção urinária.
Causas
As causas das pedras nos rins podem ser várias, por isso é muito importante consultar um médico assim que perceber os sintomas. O nefrologista é um dos mais indicados, mas as mulheres podem procurar também um ginecologista, e os homens um urologista. De acordo com esses especialistas, destacam-se como principais causas das pedras nos rins:
- Urina com quantidade saturada de sais;
- Pouca quantidade de urina;
- Concentração de cistina, oxalatos, fosfato ou cálcio nos rins;
- Problemas para metabolizar o ácido úrico;
- Distúrbios da glândula paratireoide;
- Obstrução do sistema urinário.
Fatores de risco
É importante falar também dos fatores de risco. Há uma parcela das pessoas que, infelizmente, tem maior propensão a desenvolver cálculo renal. Quem tem histórico familiar do problema, por exemplo, torna-se um candidato bastante provável de desenvolver as pedras.
Sabe-se também que homens entre 30 e 50 anos têm maiores chances em relação às demais pessoas. Quem consome pouca água ou quem mora em locais muito quentes se encaixa em grupos de risco.
Como tratar cálculo renal?
Antigamente era comum recomendar a ingestão exagerada de líquidos quando uma pessoa estava em crise de cálculo renal. Hoje se sabe que o ideal é o contrário, para evitar que haja pressão da urina sobre o rim.
Os tratamentos normalmente podem ser por meio de medicamentos, sempre indicados por seu médico. Isso porque os fármacos dependerão do tipo de pedra que você tem. O que também é recomendado é que os pacientes tomem anti-inflamatórios e analgésicos para aliviar as dores, que costumam ser bastante intensas.
Há a possibilidade ainda de fazer litotripsia. Esse procedimento consiste em bombardear as pedras com ondas de choque. Isso faz com que elas se quebrem, facilitando a eliminação delas pela urina.
A ureteroscopia é uma alternativa aos tratamentos anteriores. Nesse caso, por via endoscópica, há a remoção dos resíduos que se concentram no ureter.
Remédios caseiros para pedra nos rins
Apesar de não se recomendar que as pessoas ingiram mais líquidos durante uma crise de cálculo renal, há quem acredite no oposto. Pensando no poder da sabedoria popular, é normal que os pacientes surjam com aquelas receitinhas caseiras para tratar o problema sem precisar ir a um médico.
O correto, contudo, é sempre procurar ajuda profissional e consultar o médico para ver se ele permite ou recomenda remédios caseiros. Desses remédios caseiros para pedras nos rins, todos envolvem a ingestão de chás ou sucos diuréticos para acelerar a eliminação dos cálculos. Suco de melancia e chá verde são exemplos.
Chá para pedra nos rins
A sabedoria popular recomenda inúmeros chás para pedras nos rins. A Sociedade Brasileira de Nefrologia, porém, aponta o contrário. De acordo com médicos e membros da Sociedade, todos os chás contêm oxalato, que é justamente um dos materiais dos quais podem ser formadas as pedras.
Embora algumas bebidas desse tipo tenham menor grau de oxalato que outras, o consumo de todas elas pode piorar sua condição. Leve em consideração que quanto mais líquido consumir durante as crises, como já citado, mais dores terá.
Prevenção
Muitas complicações médicas podem ser evitadas e prevenidas mediante adoção de determinados hábitos de vida. Um dos maiores fatores de risco para se desenvolver as temidas pedras, por exemplo, é ingerir pouca água.
Portanto a primeira dica preventiva é beber pelo menos dois a três litros de água por dia. Você pode ver se isso está fazendo efeito ao observar a cor de sua urina, que deve estar um amarelo claro ou mesmo prateado.
Evite alimentos que sejam ricos em oxalatos se tem predisposição a esse problema. Beterraba, espinafre cru, batata-doce, soja, nozes e chocolate são alguns exemplos. Reduza a quantidade ingerida de sal, de açúcar, de refrigerantes e de frutoses, que também contribuem para a formação de cálculos renais.
Por fim, não seja sedentário. O sedentarismo tem relação com a formação de pedras nos rins, já que o pouco movimento pode fazer com que os ossos liberem mais cálcio. Uma boa rotina de exercícios físicos ainda auxilia no controle da pressão arterial, que, em excesso, duplica as chances de desenvolver as temíveis pedras.
Tipos de pedra
Existem quatro tipos de cálculo renal. Cada um se diferencia pela origem, pela formação e pelas suas causas. Veja quais são eles:
Cálcio
São os cálculos renais mais comuns e ocorrem com mais frequência entre os homens. Surgem geralmente entre os 20 e os 30 anos. Dietas ricas em vitamina D, distúrbios no metabolismo e problemas intestinais podem levar à formação desse tipo de pedra. Ele se mistura ao oxalato, ao carbonato e ao fosfato para formar os cálculos.
Cistina
Esse tipo é bastante específico. São causados pela cistinúria, uma doença hereditária e renal que pode acometer tanto mulheres quanto homens.
Estruvita
Mais comum em mulheres que apresentam infecção no sistema urinário. Esse tipo de pedra nos rins é um dos que mais pode crescer. É possível que, dependendo do tamanho do cálculo, bloqueie bexiga, rins ou ureter.
Ácido úrico
O ácido úrico também é mais recorrente em homens. Quem sofre de gota, quem segue uma dieta muito rica em proteína ou passa por tratamento de quimioterapia tem mais chances de ter esse tipo de pedra. Histórico familiar e genética também influenciam.
Que médico consultar?
Como já informado, o nefrologista, o urologista e o ginecologista são os médicos responsáveis pelo diagnóstico e pelo tratamento. Lembre-se que o acompanhamento desses profissionais é essencial durante toda a fase de crises e mesmo depois dela.
Se optar por qualquer forma de tratamento caseiro ou não reconhecido pela medicina, consulte antes um dos especialistas acima mencionados. Lembre-se que automedicação, seja ela com fármacos ou não, pode ser perigosa e pode agravar o problema.
Fonte: Sociedade Brasileira de Nefrologia