O indígena Eik Júnior Monzilar Parikokoriu, de 23 anos, viveu um momento de tensão enquanto voltava de uma pescaria.
Ele estava em sua motocicleta, voltando para a aldeia mato-grossense de Águas Correntes, em Barra do Bugres, quando um pássaro da espécie ariramba-preta – que se assemelha a um beija-flor devido ao tamanho do bico, o atingiu na garganta.
No momento do impacto, Eik se assustou, mas não parou a moto. Ele seguiu por mais ou menos 9 quilômetros com o pássaro preso pelo bico em seu pescoço até chegar na aldeia e ser socorrido pelos familiares.
“O passarinho atravessou a minha garganta, mas deu tempo de eu chegar. Saiu muito sangue do meu nariz, do local (do furo) e eu cheguei em casa quase desmaiado. Eu senti que meu coração estava parando de bater. Eu tentava puxar o fôlego e não conseguia”, contou o jovem.
Assim que chegou em casa, Eik foi levado ao pronto-atendimento em Barra do Bugres, quase desmaiado.
“Ele puxou o pássaro [que ainda estava na garganta] e começou a sangrar pelo pescoço e pelo nariz. Fiz a limpeza e liguei para o médico, que me passou as orientações para o atendimento. Segui as orientações dele e o encaminhei, com o pássaro, para a médica de plantão avaliar de perto lá em Barra do Bugres”, contou Elizete Ariabo Calomezore, uma técnica de enfermagem que também é indígena.
Depois de receber o primeiro atendimento, já fora de perigo, Eik foi levado de ambulância até uma UPA no centro da cidade. O passarinho não sobreviveu ao acidente.
Quando já estava bem, só com um curativo no pescoço, Eik fez um vídeo para alertar as pessoas. Assista: