De acordo com a Federação Brasileira de Ginecologia, até 20% de todas as gestantes podem sofrer desse problema, apresentando queixas de ansiedade e até ataques de pânico ao pensar sobre o parto ou quando já estão no hospital aguardando para parir. Veja agora quais são os sinais, as causas e o que fazer para evitar a partofobia.
O que é partofobia?
Partofobia é o medo exagerado do momento do parto. Pode acontecer até com gestantes que passaram a gravidez tranquilas com relação a isso, e pode estar relacionado tanto ao parto normal quanto à cesárea.
Muitas vezes, a partofobia surge de repente, sem que a mulher entenda porque está sentindo, pois até então estava segura sobre o parto. E não significa que a mulher que desenvolve esse transtorno psicológico já tenha passado por algum parto traumatizante.
Conforme explicou Allana Pezzi, psicóloga perinatal do Centro de Medicina Integrativa do Hospital e Maternidade Pro Matre, em uma entrevista para a Crescer, esse medo pode influenciar negativamente o bem-estar da mulher durante o período gestacional, bem como afetar o desenvolvimento fetal.
Portanto, é importante ter o máximo de preparo possível durante a gestação, procurando tirar todas as dúvidas sobre o momento do parto e outros assuntos relacionados à gravidez, pois isso ajuda a reduzir o risco da partofobia e até mesmo da depressão pós-parto.
Sinais de partofobia
A própria gestante e as pessoas que vivem com ela precisam saber como identificar os sinais da partofobia para conseguirem lidar com isso. De modo geral, a mulher começa a ter picos de ansiedade, sonhos negativos com parto e pode ter ataques de pânico quando começa a pensar sobre o que pode dar errado na hora do parto.
Não é regra, mas a partofobia costuma afetar as mães de primeira viagem porque elas não têm experiência sobre o parto, e isso gera muita insegurança. No entanto, pode também afetar mulheres que passaram por um parto traumático e começam a trazer as memórias negativas à tona.
Apesar de a partofobia poder acontecer com relação à cesárea, é mais comum que o medo seja do parto normal, pois está relacionado a maior dor. Então, outro sinal nas mulheres com partofobia é querer uma cesárea, mesmo sem necessidade, e demonstrando que essa vontade é motivada por medo e ansiedade.
Como se preparar para o parto evitando a partofobia?
Quanto mais segura a gestante estiver sobre o parto, melhor. Então, é bem importante que sua gravidez seja acompanhada pelo obstetra e, se possível, por um psicólogo. É um trabalho integrado para acolher a gestante, tirar todas as suas dúvidas e ajudá-la a ter uma gestação mais tranquila, sem estresse desnecessário.
A função do psicólogo é realizar sessões de psicoterapia, aplicando estratégias que ajudem a reconhecer as causas da fobia e promovam o tratamento. Entre as causas, podem estar o medo do desconhecido, histórico de parto traumático da própria gestante ou de alguém que ela acompanhou essa experiência de perto. Também pode estar relacionado a eventos traumáticos, como abuso sexual, abortos, luto gestacional e violência obstétrica.
A prevenção e tratamento da partofobia são importantes para a saúde da mãe e do bebê
Esses cuidados são importantes também para que a mãe consiga estabelecer um vínculo saudável com o bebê ainda na barriga. Se existir a partofobia durante a gestação, essa mãe não conseguirá ficar tranquila o bastante para aproveitar a gravidez e terá maior risco de ter problemas na amamentação ou desenvolver depressão pós-parto.
Outro ponto que vale ressaltar é o desenvolvimento do bebê, que pode ser afetado pelo excesso de estresse e preocupação da mãe, que transmite esses sentimentos através da corrente sanguínea. Assim, a partofobia pode estar associada a mudanças no crescimento do bebê, como baixo peso ao nascer, alterações nos batimentos cardíacos fetais e ao nascimento prematuro.
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