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Parosmia: uma das sequelas mais comuns da covid-19

Muitas pessoas que se curaram da Covid trouxeram sequelas para casa, infelizmente

Crédito: Freepik

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A infecção pelo coronavírus tem deixado muitos sobreviventes gratos, porém, precisando lidar com as sequelas do ataque desse forte vírus. Entre dificuldades para fazer exercícios e respirar normalmente, queda de cabelo e problemas de pele, diversas pessoas estão relatando uma condição chamada parosmia, embora poucos a conheçam por esse nome.

O que é parosmia?

A parosmia já era bem conhecida dos médicos muito antes da chegada da pandemia. Isso porque é uma sequela que pode surgir durante infecções virais (Covid, gripe, resfriado) e depois de golpes na cabeça ou no rosto que danificam alguma parte do sistema olfativo.

Em alguns casos, a parosmia surge sem motivo aparente. Mas, em todos os casos, trata-se da falta de sensibilidade do olfato depois de um período conturbado.

No caso de ocorrer durante uma infecção por vírus, a parosmia é caracterizada por danos nas terminações nervosas do nariz, deixando o cérebro incapaz de perceber os cheiros reais.

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Em termos técnicos, conforme explica Mariana Castro de Souza, coordenadora do curso de Enfermagem da Faculdade Anhanguera:

“A explicação desse sintoma é que sentimos o cheiro pelos filetes olfatórios que estão no teto do nariz, junto à base do crânio. Eles ficam ali porque são sustentados por células que possuem ECA-2, enzimas conversoras da angiotensina 2, que têm na sua superfície receptores para uma das proteínas que o vírus da Covid-19 possui, a proteína S. A partir dessa conexão, o vírus identifica o receptor, entra na célula e a destrói, causando a hiposmia ou anosmia, que é a falta do olfato.”

Esse sintoma, como muitos pacientes curados da covid já notaram, pode perdurar por vários meses. Acontece que esse processo explicado acima causa uma grande bagunça nos sentidos básicos do cérebro, como o olfato, dando origem à parosmia.

“Ela afeta as terminações nervosas da região nasal, encaminhando sinais errados para a nossa cabeça. Isso acaba deixando a memória básica um pouco distorcida e os cheiros ficam estranhos”, completa Mariana.

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É por isso que algumas pessoas ficam sem sentir cheiros e sabores, enquanto outras percebem que os cheiros e sabores mudaram, por exemplo, deixando a comida com cheiro de lixo, o café com odor bem diferente do normal e produtos de limpeza com cheiro ruim.

Veja também: Benefícios da fisioterapia pulmonar para quem teve Covid

Tem tratamento?

De modo geral, uma pessoa pode ficar com os efeitos da parosmia por até seis meses. Mas, é possível acelerar a volta ao normal com a ajuda de tratamentos médicos.

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O paciente acometido por essa alteração deve procurar um médico otorrino, que é o especialista em olfato e paladar, para avaliar a situação e auxiliar o paciente no tratamento a partir do 14º dia com a Covid-19.

O tratamento consiste em sessões de treinamento olfatório, nas quais o paciente é colocado diante de cheiros conhecidos para que seu olfato volte a reconhecê-los. Esse tratamento pode ser feito pelo menos duas vezes por dia, com o paciente cheirando cada odor por uns vinte segundos, bem concentrado no que está sentindo.

“Importante fazer tudo com muito cuidado junto com o especialista para não dar dor de cabeça ou outros sintomas. No algodão ou em um pedaço de papel, coloque cerca de 30 a 40 gotas do odor que preferir, pode ser óleo de lavanda, eucalipto, cravo, entre outros. Além disso, pode também usar potes com sabão em pó, orégano ou até mesmo chocolate”, finaliza a coordenadora.

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Aos poucos, o cérebro é acionado com os odores do treinamento, e vai voltado a assimilar os cheiros como eram percebidos antes.

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Artigo com informações de Portal Hospitais Brasil

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