O celibato na Igreja Católica – ou seja, a proibição da relaçaão entre padre e uma mulher – é algo antigo. De acordo com o papa Francisco, o celibato não é opcional e é um presente para a igreja. Porém, ele afirma estar com a mente aberta, principalmente para as regiões mais remotas. Locais onde há uma maior necessidade pastoral, pode-se cogitar a possibilidade.
Seria realmente a função de sacerdócio, não podendo ficar responsável por uma paróquia. Mas, de acordo com o papa Francisco, a pauta do casamento para padres não está em discussão. Além disso, é uma regra da igreja e não um dogma, podendo, sim, ser revisto. Ao mesmo tempo, o chefe católico ratifica que não vai pensar sobre isso com os teólogos agora.
E é exatamente essa questão da permissão, ou não, dos padres se relacionarem com outras pessoas, que criou essa polêmica. Bastou uma foto postada sem querer em uma rede social para que o pároco fosse expulso. Entenda o porquê.
Padre posta foto sem roupa em hotel
O incidente ocorreu com o padre Júlio Santos, de 58 anos, que trabalhava na diocese de Coimbra, em Portugal. Sem querer, uma foto sua apenas de cueca e meia foi postada no Facebook. Ele estava em uma cama de hotel, em um ângulo que só pode ter sido tirado por outra pessoa. Rapidamente a foto viralizou e o padre correu para apagar, mas o estrago já estava feito.
Questionado sobre quem tirou a foto, ele disse que ” foi uma menina muito bonita, muito jeitosa, que eu levei para um hotel no Porto. Foi uma serpente tentadora”. Ele diz também que há diferença entre celibato e castidade, tendo ele feito o voto de celibato. Por outro lado, Júlio afirmou que foi também um erro.
De acordo com a mesma reportagem, o padre continua a polêmica: “sou maroto, sou danado para a brincadeira e mesmo que tente mudar isso, não consigo. Eu nunca me apresentei às pessoas como santo. A nossa parte afetiva é fundamental, negar isso era matar a mim mesmo”.
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Em um grupo ao qual pertencia, na mesma rede social, ele fez um desabafo e teve reações mais diversas, muitas inesperadas. Depois de questionado inúmeras vezes sobre a foto, no grupo da paróquia do local onde vivia e sempre interagia, ele respondeu o seguinte:
“Para sossegar o senhor bispo e o seu vigário-geral e não escandalizar mais os fiéis, afasto-me do meu ministério sacerdotal na Igreja. Não voltarei a servir a Igreja na Diocese de Coimbra como pároco. Se molestei a Igreja nos meus pecados, também a amei até ao limite das minhas forças. Não vão encontrar mais que 5 mil euros nas minhas contas e um carro a pagar. Saio da Diocese de cabeça levantada. Mas no Verão matem a vossa curiosidade e dêem um passeio pelas dunas da Praia de Mira, pela Costa Nova e pelas praias de nudismo, clubes no Porto e em Vigo”.
Como resposta, recebeu algumas críticas, mas também muito acolhimento, pelos fiéis que o conheciam de longa data. Agradecimentos pelas palavras nas missas e encorajamento foram a temática central. Leia algumas declarações relatadas pela reportagem do Extra:
“Senhor padre: obrigada por tudo. Principalmente por todas as vezes que por detrás daquele altar foi a força que eu não tinha. Falava de um Deus de amor, misericórdia, perdão e acolhimento. Esse mesmo Deus o ampare e fortaleça seja qual for o caminho que venha a trilhar”. E “A justiça de Deus tarda, mas não falha! Continue a ser um bom cristão. As pessoas esquecem que, quando apontam com um dedo aos outros, têm quatro virados para eles próprios”.
Entre essas, muitas outras declarações desejando sucesso e paz na nova jornada. Já Júlio afirmou em reportagem que sente muita falta das missas, mas que não deixa a igreja. Vai colocar uma mochila nas costas e viajar por aí, pregando a palavra de Jesus.
