Origem do câncer
Crédito: Freepik

Origem do câncer: você já pensou em como essa doença surgiu?

E como pode ser tão complexa a ponto de nunca ter sido eliminada pelo organismo dos animais?

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Há mais de 900 milhões de anos, quando haviam apenas animais protozoários (formados por uma única célula), começaram a surgir os animais metazoários (compostos por várias células). Os metazoários foram evoluindo até que passaram a fazer parte da estrutura de 99% dos animais da Terra. O problema foi que, junto com essa evolução, veio a origem do câncer.

A origem do câncer: células revoltadas contra células cooperadas

Com o surgimento dos metazoários, eles precisaram se adaptar com altos níveis de cooperação entre a variedade de células que os compunham. Ou seja, células ativavam sua autodestruição ao receber um determinado sinal, ou renunciavam à reprodução direta por parte de toda célula que não fosse célula sexual, para dar lugar a células novas.

Esse comportamento das células em um corpo facilitava o funcionamento coletivo e, ao mesmo tempo, reprimia os reflexos unicelulares ancestrais.

Porém, ainda haviam células com hábitos ancestrais (de protozoários) vivendo escondidas no mesmo organismo metazoário, e elas começaram a “trapacear”. Elas não queriam mais saber de cooperar, se autodestruindo, e começaram a aperfeiçoar seu próprio modo de vida.

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Um comportamento mutante

Mas o que motivou essas células rebeldes a deixarem de cooperar com todo o organismo de que faziam parte? Bem, existem hipóteses, como mutações genéticas que foram modificando a sequência ou a expressão dos genes, se proliferando por mais células, deixando-as mais “poderosas”.

Em um momento de revolta das células malignas, o sistema imunológico entra em ação. Mas, se ele não for eficaz, essas células crescem e se espalham pelo corpo. Aliás, para começar um processo de câncer, basta que uma única célula maligna tenha “comparsas” também malignas para elas começarem o ataque em um mesmo ambiente (órgão ou estrutura do organismo).

Por que as células não evoluíram para evitar o câncer?

Mesmo depois de tantos e tantos anos, os organismos multicelulares não conseguiram eliminar esse mecanismo de ataque das células com reflexos ancestrais.

Acredita-se que haviam forças seletivas que atuavam sobre os organismos unicelulares, e que essas forças favoreceram as adaptações para a proliferação celular.

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Então, ao mesmo tempo em que organismos unicelulares foram se adaptando para se tornarem multicelulares, de vez em quando ocorriam (e ainda ocorrem) “batalhas” entre os traços unicelulares ancestrais e os traços multicelulares atuais, dando origem ao câncer.

Mas então, se as células cancerígenas e cancerosas são tão perigosas, por que o organismo dos animais não evoluiu para eliminá-las de uma vez por todas?

Bem, porque os organismos multicelulares são muito complexos. Muito mesmo, e em grande número. Cada divisão celular pode causar mutações somáticas, afetando o controle do processo de formação e de combate do câncer.

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Além disso, muitos tipos de câncer manifestam sinais quando o corpo está em um estágio avançado, já na vida adulta. Nessa fase, o corpo está mais preocupado em se manter equilibrado do que em usar todas as suas forças combatendo um câncer.

A imunoterapia adaptativa é uma opção?

Hoje em dia, a quimioterapia e a radioterapia são os tratamentos mais usados para combater o máximo possível de células malignas. Mas, muitas vezes, esse tratamento acaba causando a proliferação de células resistentes.

Por outro lado, a terapia adaptativa, profundamente enraizada na biologia evolutiva, pode ser uma abordagem alternativa. Essa estratégia consiste em manter um nível suficiente de competição entre as células cancerosas sensíveis e as células cancerosas resistentes, a fim de evitar ou limitar a proliferação de células resistentes.

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Artigo com informações de BBC

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