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Odiar a própria mãe é normal?

Em primeiro lugar é preciso entender se é ódio mesmo e onde tudo isso começou. Depois, buscar formas de lidar com esse sentimento para encontrar o perdão

Crédito: Freepik

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A figura materna é a mais importante para uma criança, pois representa amor, proteção, cuidado e confiança. A mãe é a primeira pessoa com quem um bebê tem contato em sua exigência. Mas, para muitas pessoas, a relação com a mãe é totalmente oposta ao esperado.

São milhares os casos de mães que abandonam, mães negligentes e com comportamento tóxico que fazem um estrago emocional em seus filhos, levando-os a repudiar sua imagem e presença.

Por mais que o filho queira amar sua mãe, esse amor precisa ser alimentado para existir. Quando a mãe não dá amor, proteção e amparo, o afastamento emocional se torna uma consequência óbvia ou, às vezes, vira uma relação de medo e submissão que é ainda pior.

Mas nem por isso o filho negligenciado precisa reproduzir esse comportamento quando tiver seus próprios filhos. Embora não tenha recebido o exemplo mais adequado sobre maternidade, pode estudar e refletir sobre assunto, fazer terapia e perceber que seu filho merece receber o seu melhor.

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O que pode fazer um filho odiar a mãe?

Nem sempre precisa chegar ao ponto de a mãe abandonar ou maltratar um filho seriamente para lhe despertar sentimentos negativos. Existem outros motivos que fazem filhos ficarem bravos, decepcionados ou magoados com a mãe, achando que é ódio, mas na verdade é uma dificuldade em compreender seus sentimentos e os reais motivos para senti-los.

Inveja de um irmão

É comum um filho rejeitar a mãe por achar que ela prefere seu irmão, devido a repetidas situações em que a mãe elogiou mais o outro, presenteou o irmão e não você, fez o que ele pediu e não lhe deu atenção.

Há casos em que, realmente, a mãe dá preferência para um irmão e isso pode ser, inclusive, um transtorno mental por parte dela. É preciso compreender essa situação a fundo e ser capaz de se colocar no lugar dela antes de deixar que esse sentimento estrague sua vida.

Relação difícil com a mãe

Algumas mães são excessivamente exigentes e demonstram nunca estarem satisfeitas com o que o filho faz, pois ele sempre pode ser melhor. É um comportamento prejudicial, mas nem sempre essa mãe sabe o que está fazendo, pois não teve uma base familiar saudável.

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Há também os casos de mães muito submissas que deixam o pai ou outro familiar tratar mal o filho, sem defendê-lo por medo. Esse é um caso que também merece reflexão, se colocando no lugar da mulher e sua história de vida. Se atualmente ela mudou, o perdão e a reconciliação devem ser considerados.

Carência afetiva

Mães negligentes têm diferentes motivos para ser. Algumas têm filhos muito novas, quando ainda são imaturas. Outras negligenciam os filhos porque têm algum vício ou porque foram criadas de forma tóxica e negligente na infância.

Nem sempre chega a esse ponto. A mãe fez o seu melhor, mas na visão do filho, faltou amor, atenção e cuidado. Uma conversa entre mãe e filho é essencial para ouvir os dois lados e se permitir deixar a mágoa ir embora.

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O ódio adolescente

Na adolescência é comum dizer que odeia a mãe, o pai, o professor, o mundo inteiro. O adolescente está em uma fase de conflitos e descobertas, e pode se sentir incompreendido ou rejeitado. Mas será mesmo essa a realidade ou é uma manifestação exagerada dos sentimentos? Só a maturidade vai poder responder.

Como lidar com esse sentimento?

Quando existe um abismo entre mãe e filho, as consequências do desenvolvimento emocional do filho podem ser devastadoras, chegando a prejudicar sua vida pessoal, social e profissional. Esse filho precisa escolher um psicólogo com quem se sinta seguro e iniciar uma terapia para começar a compreender o que aconteceu em sua vida.

Muitas pessoas conseguem refletir por conta própria sobre o sentimento de ódio pela mãe, estudando sobre o tema, conhecendo histórias de pessoas que viveram situações parecidas ou com o próprio amadurecimento mesmo.

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Em todo caso é importante analisar e refletir sua história de vida com sua mãe, a história de vida dela antes de você nascer e o que pode ter levado ela a ter tal comportamento. Os transtornos psicológicos nas mães são mais comuns do que se imagina. Mas sem saber disso, filhos carregam nas costas o peso da rejeição como se fossem os culpados pelo que lhes aconteceu.

Seja qual for a sua idade, sempre há tempo para se libertar dos sentimentos negativos que tem por sua mãe. Acima de tudo, impedir que esses sentimentos reflitam negativamente na forma como vai tratar seu próprios filhos. Mais uma vez, a ajuda profissional de um psicólogo vale a pena, caso não consiga lidar com toda essa pressão. A cura existe e você merece.

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