nuvem de gafanhotos
Crédito: Reprodução redes sociais

Nuvem de gafanhotos se aproxima do Brasil e ameaça lavouras

O prejuízo econômico pode ser grande, pois os insetos destroem as plantações que invadem

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Uma grande nuvem de gafanhotos destruiu lavouras de milho no Paraguai e avançou rumo à Argentina, na parte que faz divisa com o Brasil e o Uruguai. O governo e os produtores rurais argentinos estão monitorando o deslocamento dos insetos e estimam que eles podem chegar ao oeste do Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.

Os engenheiros agrônomos da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, dizem que essa situação é nova tanto para eles quanto para os agricultores, mas que já estão atentos aos riscos que a nuvem de gafanhotos oferece às lavouras, e planejando medidas de ação caso essa praga chegue mesmo ao país.

Na Argentina, os insetos chegaram na semana do dia 15 de junho e atingiram as províncias de Santa Fé, Formosa e Chaco, onde existe produção de cana-de-açúcar e mandioca.

O grande problema para as lavouras é que os insetos comem e destroem todo o cultivo de meses. Para se ter uma ideia, em aproximadamente um quilômetro quadrado podem ter até 40 milhões de insetos, que em apenas um dia consomem pastagens equivalentes ao que 2 mil vacas comem, ou plantações que 350 mil pessoas comem.

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Mesmo que passem por vilas e cidades, os gafanhotos não oferecem risco diretamente às pessoas. O problema mesmo está nos campos e lavouras, que são destruídas, deixando grande prejuízo econômico. Nesse sentido, a população em geral é afetada com a falta de abastecimento de alimentos agrícolas nas indústrias e mercados. Dependendo do estrago, uma tragédia econômica e social pode se instalar.

O que motiva essas infestações, de acordo com o entomologista Michel Lecoq, em entrevista à BBC, são as mudanças climáticas que favorecem a reprodução dos gafanhotos. “Condições mais secas no futuro, nos limites norte e sul da área de distribuição de gafanhotos, podem produzir habitats mais favoráveis ​​para esta espécie e podem ter impactos negativos importantes.”

Esse tipo de infestação não é tão incomum, pois já foram registradas várias vezes em diferentes continentes e países do mundo, em maior e menor proporção. As medidas a serem tomadas dependem da antecipação com que os profissionais conseguem agir e também do tamanho da infestação.

Quando as nuvens são pequenas, pesticidas ajudam muito a impedir que os gafanhotos se unam e se reproduzam. Por isso, uma das formas mais eficientes de evitar grandes infestações é mapeando as pequenas e atacando-as antes que aumentem.

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