Nutella dispensa apresentações! O creme chocolate e avelã é muito apreciado por adultos e crianças. Vai bem em todas as receitas em que a colocam; desde as mais simples até as mais sofisticadas. Há quem ame a nutella e não a troque por nada, sendo capaz até de comer uma embalagem inteira (com a ajuda de uma colher ou até mesmo do dedo!). Mas toda essa doçura pode ter um preço pago pela nossa saúde.
Recentemente, a marca tem sido alvo de duras críticas que apontam que o óleo de palma utilizado em sua produção pode causar câncer. Para se defender dessas críticas, a Ferrero, marca produtora da Nutella, planejou uma campanha publicitária para deixar os consumidores mais descansados.
Óleo de palma: um óleo de produção barata que pode custar caro na saúde dos consumidores
O alerta chegou em Maio passado, pela mão da Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (AESA). Segundo essa instituição, as substâncias encontradas na versão comestível do óleo de palma são potencialmente cancerígenas. A descoberta é um assunto sério, porque até o simples consumo moderado desses compostos representa um risco grande na saúde das crianças.
O composto que pode estar na origem de câncer se chama glicidol. Nas palavras da Dra. Helle Knusten, da AESA, não restam margens para dúvidas que esse genotóxico é cancerígeno. Esse fato está mais que comprovado. A substância é liberada quando o óleo de palma atinge temperaturas acima dos 200ºC. Apesar de estar presente em outros alimentos, é no óleo de palma que são liberadas quantidades maiores e potencialmente perigosas.
Outras marcas de doces, como a Cadbury’s e a Ben & Jerry’s, também usam o óleo de palma nos seus produtos. Porém, nenhuma marca parece sofrer tanto da desconfiança dos consumidores como a Ferrero. Vários revendedores italianos, incluindo a cadeira de supermercados Coop, deixaram de exibir Nutella em suas prateleiras, por precaução.
Criadores da Nutella contra-atacam: “o óleo de palma não põe a saúde dos consumidores em risco”.
Para se defender dessas acusações a Ferrero lançou uma campanha publicitária, de forma a recuperar a fé dos consumidores no seu produto mais popular.
A Nutella vai continuar sendo produzida com óleo de palma
Apesar de toda a polêmica, a empresa vai manter o óleo de palma na receita do seu creme de barrar. Por que insistir, se essa opção tem vindo a manchar a reputação da marca? De acordo com os responsáveis, o critério é a qualidade e não o lucro. O óleo de palma é o responsável pela textura cremosa, que permite que o creme seja espalhado suavemente. Essa “cremosidade” não pode ser obtida com outro tipo de óleo.
“Se produzirmos a Nutella sem óleo de palma não estamos produzindo Nutella, mas sim uma versão inferior. É como se estivéssemos caminhando para trás, ao invés de evoluir” , refere Vincenzo Tapella, Diretor de Compras da Ferrero.
De acordo com agência Reuters, a substituição do óleo de palma por óleo de girassol ou canola iria aumentar os custos de produção em apenas 22 dólares. A marca não confirma nem desmente esses valores, se mostrando indisponível para comentar.
Os perigos da produção massiva de óleo de palma
Mão de obra infantil
Não é a primeira vez que o óleo é foco de controvérsia. Em Novembro, a Anistia Internacional não poupou críticas ao fato de marcas como a Colgate-Palmolive, Kellogg’s e Nestlé usarem óleo de palmas produzido por mão de obra infantil, em condições deploráveis, em plantações na Indonésia.
Consegue imaginar essas pobres crianças serem forçadas a suportar o peso de caixotes com 25 kg de palma? Pois foi o que foi descoberto em Singapura, onde está sediada a empresa Wilmar, que produz óleo de palma.
Consequências ambientais
O óleo de palma é muito barato de produzir. Já pensou a que custo? O barato custa diversas vidas inocentes. Sem falar nos impactos ambientais pois, graças à exploração massiva desse ingrediente, há uma desflorestação severa. Além do perigo que isso representa em termos de perda natural, há ainda as espécies em ameaça de extinção, que acabam por perder o seus habitat natural.
A Ferrero alega que o óleo de palma utilizado na produção da Nutella é de origem sustentável e certificada pelo órgão que estabelece os padrões de qualidade e regulamenta a indústria. A questão é que segundo algumas organizações não governamentais, como a Greenpeace, esse órgão ao qual a Ferrero refere-se – a Mesa Redonda para um Óleo de Palma Sustentável, não parece lá muito confiável, pois é sustentada pelas mesmas pessoas que exploram o óleo de palma.
O que acha disso?
Quer saber mais sobre o óleo de palma e o que ele está fazendo para o nosso planeta? Assista a esse vídeo:
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