De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), foi estimado que, para cada ano do triênio 2020/2022, sejam diagnosticados no Brasil 66.280 novos casos de câncer de mama. É um número bastante alto, que traz aflição principalmente às mulheres que são diagnosticadas com tipos mais agressivos da doença.
A AstraZeneca desenvolveu um medicamento chamado Enhertu para o tratamento do câncer de mama e outros tipos. No dia 21 de fevereiro, a empresa divulgou que a medicação demonstrou ajudar significativamente as mulheres que sofrem de um tipo de tumor de mama que as deixa com opções ruins de tratamento.
De acordo com os estudos, feitos em conjunto com a empresa japonesa Daiichi Sankyo, o Enhertu prolongou a sobrevida e retardou a progressão do câncer de mama metastático com baixos níveis de uma proteína conhecida como HER2.
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Os especialistas notaram uma melhora clínica significativa da doença com o uso deste tratamento, em comparação à quimioterapia padrão. O estudo ainda está no estágio final e em breve os resultados serão apresentados em uma conferência médica, ainda sem data divulgada.
Outro ponto positivo é que, embora este estudo em específico tenha se limitado a pacientes com baixo HER2, com metástases, os pesquisadores são positivos quanto o uso futuro da medicação em estágios anteriores da doença, abrangendo centenas de milhares de novos pacientes elegíveis por ano.
“Trata-se de redefinir a categorização do câncer de mama e aumentar o número de opções para as mulheres” — disse Susan Galbraith, chefe de pesquisa e desenvolvimento em oncologia da AstraZeneca.
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Ainda de acordo com a pesquisadora chefe, o Enhertu pertence a uma classe promissora de terapias chamadas conjugados de drogas de anticorpos (ADC), que são anticorpos projetados que se ligam a células tumorais e, em seguida, liberam substâncias químicas que matam as células.
Este medicamento também está sendo testado para diferentes formas de câncer gástrico, pulmonar e colorretal. Sua aprovação inicial no mercado ocorreu em 2019 e uma liberação adicional foi conquistada para o câncer gástrico causado por HER2.
Existe outro medicamento que também é baseado no receptor HER2, chamado Herceptin, da Roche, mas o Enhertu é mais potente, causando um impacto muito maior na morte de células, de modo que mesmo níveis baixos de HER2 permitam o tratamento.
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Fonte: O Globo Saúde